sábado, 21 de novembro de 2009

6º Episódio: "As voltas que o mundo dá"

Anteriormente em “Barraco, Glamour e Et's

Teodoro: (chorando muito) Por que você fez isso? Você não podia me abandonar desse jeito. O que vai ser da minha vida agora sem você? (volta a cair no pranto)

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Boriska: Tá, tudo bem. Eu mesma disse que eles se amam e enganam a quem amam. Mas, eu nunca entendi muito bem... O que é o amor?

Capitão Tucker: O amor... A gente não explica. Não há como explica-lo. O amor a gente sente. (para Boriska) Já reparou como as flores ficam todas as vezes que você as rega?

Boriska: Parecem alegres. Ficam mais vivas.

Capitão Tucker: Pois ai está o segredo da vida. Saber regar com o que você tem de melhor.


Boriska: (ingênua) O amor é então uma regada nas flores?

Capitão Tucker: O amor é o que você deposita nelas quando as está regando. Ou seja, toda aquela sensação boa que você sente, acaba passando para elas. E ai elas ficam mais vivas e alegres. É a energia que você passa que faz a diferença.

Boriska: Hum...

Capitão Tucker: Se ao invés de pensarem coisas ruins, terem maus pensamentos, os humanos fizessem o contrário, não estaríamos prestes a entrar numa guerra. É preciso pensar no bem. Sempre. No próprio bem, como no bem coletivo. E não perder tempo com pensamentos que não vão leva-los a lugar nenhum, senão a própria destruição.

Boriska: E eu, também tenho que regar?

Capitão Tucker: (sorrindo) Você um dia irá descobrir a flor que deve regar. E quando a encontrar, regue com todo sentimento que acaricie tua alma.

Boriska: (parece não entender as palavras do pai e se volta para o telão) Tá bom!

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Olegário: (emocionado) Descanse em paz, meu amor. Eu prometo cumprir a promessa que lhe fiz. Eu juro. De onde você estiver, ficará feliz quando seu desejo em vida, for realizado. E eu já tenho novidades. Muito em breve suas irmãs receberão a noticia. Quero só ver como irão reagir... (as lágrimas percorre-lhe a face, e ele sussurra) Eu te amo Deolinda. Sempre te amei e para sempre vou te amar. Você foi a única mulher que soube cativar meu coração. A única razão por eu viver. Vou sentir muita sua falta, meu amor, mas vou viver para realizar o seu desejo. Eu prometo!
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Jhuan: Mas não, você insistiu em continuar com essas roupinhas cafonas, esse jeito jeca de se portar. Várias vezes pedi pra você ir à um cabeleireiro, uma manicura. E você? O que fazia? Não ligava. Cansei. Cheguei no meu limite. (mudando o tom) Você se deu conta de como sou cheio de estilo? Bem aparentado? As garotas, as melhores, ficam loucas comigo, e eu com você, uma caipirinha que não enxerga nada além do que esse mundinho cor-de-rosa. Sem eira nem beira. Sem visão de futuro. Bem, é isso, você pediu pra falar, eu falei. Tá falado. Pronto. (se vira e vai embora)

Julieta fica visivelmente abalada. As lágrimas agora percorre-lhe a face. A música aumenta e ela vê o namorado entrar no carro, dar a partida e ir embora. Ela ainda corre atrás do carro.

Julieta: (gritando) Jhuan, espera. Jhuan! (cai no chão, chorando) Não vai embora. Não me deixe aqui sozinha.

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Teodoro: Ás vezes me sinto um et, sabia?

Boriska: Pois eu não me sinto. Eu sou uma et.


Teodoro: (tentando consola-la) Também não é pra tanto. Você é uma garota muito simpática.

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Rodolfo: É o que estou dizendo, o testamento de Deolinda não poderá ser aberto agora.

Anisia: Como não? Que raio de história é essa agora? Já tem quase uma semana que minha querida irmã, que Deus a tenha, foi sepultada e não podemos saber o que está em seu testamento?

Rodolfo: É a lei senhora Anisia. Era vontade de sua irmã que essa norma fosse acatada.

Anisia: E quanto tempo teremos que aguardar senhor escrivão, para sabermos o que foi decidido por ela?

Rodolfo: Seis meses.


Abertura de “Barraco, Glamour e Et's” Pontes Indestrutíveis/ Charles Brown Jr."



Episódio Seis

As voltas que o mundo dá

CENA 01 EXT/DIA/PRAÇA – Ilustre aterrissa na praça, e Praxedes sentando num banco segura uma garrafa de pinga.

Praxedes: Ê laiá, tá virando festa isso aqui! 'Cês acham que podem vir pra cá a hora que quiserem?

Ilustre: E qual o problema?


Praxedes: O problema é que aqui não é casa da mãe Joana, onde vocês podem entrar e sair a hora que quiserem. Aqui tem ordem.

Ilustre: (zombando) Muita ordem. Mas enfim, sabe me dizer onde fica a casa de Teodoro?

Praxedes: Que vocês tanto querem com o garoto hein?

Ilustre: Vai me dizer onde fica a casa dele ou não?

Praxedes: (o olha desconfiado) Hum... Tem uma moeda ai pra me dar?

Ilustre: Não, não tenho. Mas tenho um liquido bem melhor que esse que você está bebendo bem aqui comigo.


Praxedes: É do bom?

Ilustre: Garanto que bem mais ardente que o seu.


Praxedes: Hum... Me dá ae!

Ilustre: Vai me dizer onde ele fica?

Praxedes: Me dá a bebida.

Ilustre faz um litro surgir. Praxedes o toma nas mãos. E parece se deliciar.

Praxedes: Boa! É logo ali na esquina virando a direita, na casa amarela.

Ilustre: Muito obrigado pela ajuda.

Praxedes: (chapado) Não há de que. Disponha. (para o céu) Orra, 'té que enfim mandou um que presta. (e volta a beber).

CENA 02 INT/DIA/BALADA – Lurdinha está numa danceteria dançando bem animada. Beija um rapaz. O deixa só e anda pelo espaço. É pega por outro. A moça é quem o agarra. Depois o empurra. Vai ficar com outro. A música da casa está alta. Lurdinha fica com vários rapazes. Uma garota a observa e fica perplexa com o modo que ela age. Junto de suas amigas se aproximam de Lurdinha, que ainda está aos beijos com um novo ficante.



Amanda: Ae garota, você não se enxerga não?

Lurdinha: (para de beijar o rapaz e a olha tranquilamente) Até demais, por que da pergunta, posso saber? (e volta a beijar o acompanhante)

Amanda: Onde já se viu, uma garota se dá o desfrute de ficar com toda essa quantidade de rapazes. Não tem vergonha não?

Lurdinha: (pede licença para o rapaz) Depois nos falamos, gostoso. (para Amanda) Oxê, e por que teria? Tenho é muito prazer se você quer saber. Saiba que vim a essa vida foi a passeio e não para perder tempo com fricotes de donzelas. Pelo que sei, tu tá me falando tudo isso é por despeito, porque nenhum rapaz sequer lhe tirou para dançar. E olhe, que saber, com todo esse azedume que tua pessoa passa, os rapazes fazem é se afugentar, vice? E se eles me procuram, fique certa de que os consolarei da melhor forma possível...


Amanda: Ora sua vaga...

Lurdinha: (tranquilamente) Nem se dê o trabalho de terminar o que ia dizer. Porque senão, além de voltar pra casa sem ter dado um pega sequer, vai voltar com a marca dos meus cinco dedos nessa sua cara de quem comeu e não gostou. Ou melhor dizendo, de comida que não quiseram provar.

Todos que presenciam a cena gritam deixando Amanda roxa de vergonha, enquanto que Lurdinha continua se esfregando nos rapazes da balada sem nem um pingo de dor na consciência.



CENA 03 EXT/DIA/PORTÃO DA CASA DE MANU – Ilustre para em frente a casa de Manu e bate palmas. Boriska sai para atender.

Boriska: (desconfiada) Pois não?

Ilustre: Não me reconhece?

Boriska: Não! (confusa) Por que, eu deveria?

Ilustre: Mas é claro! Como pode não me reconhecer?

Boriska: (mais confusa ainda) Quem é você?

Ilustre: Hum... Sou um seu amigo...

Boriska: Amigo? Amigo de onde? Eu gosto de amizades, mas não me lembro de tê-lo conhecido...

Ilustre: Ora, não me reconhece? Sou um ashukariano!

Boriska: Um ashukariano? Ai que bom! (e o abraça) Não sabe como me sinto feliz por ter alguém do mesmo lugar que eu. A saudade do meu planeta já está começando a pesar. Sem contar a falta de papai, da minha irmã.

Ilustre: Pois foi justamente seu pai quem me enviou para fazer-lhe companhia.

Boriska: Papai? (com os olhos marejados) E como ele está? A Foriska? Ai que saudade de todos!!!

Ilustre: Calma, calma... Uma pergunta de cada vez. Vou lhe contar todos os detalhes...

Boriska o convida a entrar e a câmera vai se distanciando para o alto.

CENA 04 EXT/DIA/CARRO DE ANA FLOR – Teodoro está dentro do carro de Ana Flor. Estão caminhando para a casa da mãe do rapaz.

Ana Flor: Tem certeza que é uma boa idéia conhecê-la agora?

Teodoro: Tenho sim. Tá na hora de mamãe saber que estou namorando.

Ana Flor: Bem, você é quem sabe.

Ana Flor estaciona o carro frente a casa da mulher. Ambos descem e caminham até o portão. Teodoro bate na porta. Eloísa atende.

Eloísa: Resolveu aparecer foi margarida?

Teodoro: Quero que conheça a minha namorada. Mãe essa é a Ana Flor, Ana Flor, essa é a minha mãe, Eloísa.

Eloísa: (intrigada) Ana Flor? Ana Flor de quê?

Teodoro: Mamãe!!! E desde quando isso tem importância?

Ana Flor: Deixe sua mãe Teodoro. Não esquenta dona Eloísa, me chamo Ana Flor Albertino. (e vai cumprimenta-la com um abraço)

A câmera foca o rosto de Eloísa que está pálida e tensa.

Eloísa: (em pensamento, desesperada) Ana Flor Albertino? Meu Deus, não pode ser! Esse sobrenome é o mesmo da família... E agora?

A câmera fecha um close no rosto da mulher que está chocada. A tela escurece.

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Voltamos com “Barraco, Glamour e Et's

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A cena abre ao som de “Clumsy/Fergie”. A câmera vai percorrendo pela cidade de São Paulo, mostrando pontos de movimento, intercaladas a imagens dos habitantes de “Buraco dos Sem Dentes”. E amanhece. E anoitece. As personagens são mostradas fazendo alguma coisa. Sol. Lua. Aparece um letreiro na tela com os dizeres:

Seis meses depois...”

CENA 05 INT/DIA/TRIBUNAL – Toda a família Albertino está na sala onde o juiz entra para ler o testamento de Deolinda.

Juiz: Bom dia a todos. (todos se levantam) Podem se sentar. (todos sentam) Darei início nesse momento a leitura do testamento de Deolinda Albertino Sodré. (coloca o óculos) Tenho em minhas mãos, o testamento feito pela própria, onde suas últimas vontades foram prescritas e detalhadas por ela mesma ainda em uso pleno de suas faculdades mentais.

Anisia: (cochichando para suas irmãs) Não vejo a hora de acabar de vez com tudo isso. Ao menos quando sairmos daqui, já serei uma milionária.

Olegário: Vamos aguardar.

Juiz: Algum problema senhores?

Advogado de Anisia: Não senhor meritíssimo, perdoe-nos, pode prosseguir.

Anisia: (cinica) Só estava dizendo que será um gosto acatar os últimos desejos de minha saudosa irmã.

O velho juiz os olha por debaixo das lentes do óculos e continua.

Juiz: Pois bem, lerei agora em voz alta o destino que os bens de Deolinda Albertino Sodré terão após a leitura.

Anisia está em polvorosa na cadeira.

Juiz: (lendo) Eu, Deolinda Albertino Sodré, em pleno gozo de minhas faculdades mentais, venho por meio dessa expressar meus desejos finais após minha partida.

A câmera vai mostrando os rostos da família da mulher.

Juiz: É de minha vontade de, na minha ausência, que tudo seja cumprido conforme relatarei a seguir.

Anisia: (fingindo chorar e passando um lencinho nos olhos, e falando para as irmãs) Era mesmo uma santa minha querida irmã.

Juiz: Os planos eram outros, confesso, mas após uma maravilhosa descoberta, não poderia continuar os mesmos.

Anisia levanta uma sobrancelha desconfiada.

Juiz: Minha família; irmãs, sobrinhas e cunhado, todos teriam partes iguais sobre os meus bens, mas um fato mudou tudo.

Lorena: (para Anisia) Do que ela está se referindo?

Anisia: Eu não sei, mas não estou gostando nada disso.

Juiz: Descobri a poucos dias, que meu neto não morreu como me fizeram acreditar.

Um sonoro ó é solto pelas irmãs.

Lorena: Neto?

Wilma: Não estou entendendo?

Anisia: Hã?

Olegário: Silêncio.

Juiz: Posso continuar, senhoras? (prossegue) Neto esse que para mim foi dado como morto na ocasião do acidente fatal que levou meu filho Jorge e sua esposa Raquel, minha adorada nora.

A câmera mostra o rosto de Anisia, que está pasma.

Juiz: Nunca pude dar-lhes o funeral adequado, tão pouco despedir-me como se devia. No entanto, com esse grato presente proporcionado por Deus, quero deixar em vida 80% de tudo que me pertence à Renato Albertino Sodré, que atualmente está sob uma outra identidade por motivos ainda desconhecidos por mim, inclusive a mansão onde morei minha vida inteira.

Anisia: O quê? Que brincadeira é essa? De onde ela tirou essa idéia absurda que o Renato estivesse vivo? O Renato morreu há muito tempo atrás. Todos nós o enterramos.

Juiz: Acalme-se minha senhora, ou terei que pedir que se retire da sala.

O advogado e as irmãs tentam acalma-la.

Juiz: Mas com o auxílio de Olegário Albertino, meu cunhado, e o detetive Borges, a quem contratei, saberão como identificá-lo caso eu não esteja mais presente.

Anisia: (surpresa, vira-se para Olegário) Então você já sabia de tudo, não é?

Olegário: (tranquilo) Sim.

Anisia: Quero saber agora quem ele é.

Juiz: Senhora, não pedirei novamente. Mais uma interrupção de sua parte e a tirarei da sala.
Anisia fica emburrada.

Juiz: Deixo 10% dos meus bens pra minhãs irmãs, Anisia, Wilma e Lorena, 5% para Olegário e os outros últimos 5% para minha querida sobrinha Ana Flor, que foi mais que uma filha.

Toca uma música bonita instrumental.

Ana Flor: (emocionada) Obrigada titia.

Juiz: Para terminar, desejo apenas que Renato, meu neto, saiba o quanto o amei e continuarei amando onde quer que eu esteja. Deixo uma carta destinada à ele, e espero que a mesma chegue até suas mãos. Deolinda Albertino Sodré.

Anisia: Isso é um absurdo. Ela não podia ter feito uma coisa dessa.

Juiz: Já está feito senhora. Caso encerrado.

Anisia: Não há como recorrer dessa sentença?

Juiz: Bem, nesses casos, apenas com o não aparecimento do herdeiro aqui citado.

Anisia: Como assim, senhor juiz?

Juiz: O herdeiro terá 3 meses para recorrer sua herança.

Anisia: E se isso não acontecer?

Juiz: Bem, nesse caso toda a herança ficará para a família, sendo administrada pela pessoa mais velha, que ditará como será usada.

Os olhos de Anisia brilham. O juiz se levanta.

CENA 06 – INT/DIA/ SALA DE ESPERA – Toda a família está saindo do tribunal.

Ana Flor: Nossa, quanta coisa que eu não sabia. Mãe, pai, o primo Jorge e a prima Renata morreram como?

Olegário: Num acidente de carro que nunca ficou esclarecido minha querida.

Ana Flor: Mas como assim gente? Não entendi nada. E esse neto? Quem é ele? Nunca nem soube da existência de um primo.

Anisia: O seu pai sabe quem é. Vamos Olegário, nos diga agora quem é o tal “herdeiro”?

Olegário: Muito em breve você saberá Anisia. Em pouco tempo ele estará tomando posse da mansão e das empresas de Deolinda.

Lorena: Ai, será que ele vai querer nos expulsar de lá?

Olegário: Acredito que não. Ele é um bom rapaz, saberá ser generoso com todas vocês.

Wilma: Se puxou a avó, certamente será muito generoso. Não imaginava que ela fosse deixar alguma coisa para mim.

Anisia: E desde quando 3,5% é alguma coisa?

Wilma: Para mim que nunca tive nada é sim muita coisa Anisia. E eu fico agradecida a Deolinda.

Olegário: Muito bem Wilma, assim é que se fala. Faço minha suas palavras.

Anisia: Ah, não me venham com esse despreendimento uma hora dessa.

Lorena: (zombando) Você viu Anisia, agora todas temos as mesmas porcentagens sobre tudo. Você não poderá mais pisar em nós. O mundo dá muitas voltas querida...

Anisia: (sarcástica) Exatamente, “minha querida”. E ele continua girando. (e perde seu olhar num ponto)

Ana Flor: Papai, quem é o herdeiro de tia Deolinda? Quem é esse primo que ainda não conheço?

Olegário: Peço que espere só mais alguns dias, minha filha. Muito em breve você saberá.

A câmera fecha nele.

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CENA 07 – INT/DIA/AGÊNCIA GLAMOUR – Álexis está correndo de um lado ao outro da agência. Jhuan folheia uma revista. Um evento está sendo organizado.

Álexis: (ao telefone) Sim, confirme por favor a presença de sua revista na cobertura do evento. Até logo.

Uma assistente entra e lhe comunica que faltam flores.

Álexis: Meu Deus, nessas horas sinto falta da Lisandra. Aquela maluquete me deixava louca, mas conseguia resolver essas questões como ninguém.

Teodoro entra segurando uma prancheta.

Teodoro: Álexis, temos um problema.

Álexis: O que foi dessa vez Teodoro? Não me diga que esqueci de alguma coisa importante.

Teodoro: Não Álexis, é sobre outra questão. O modelo contratado para desfilar entre as flores não poderá comparecer. Amanheceu todo empipocado. Pelo jeito está com catapora.

Álexis: Catapora? Catapora? Mas isso não é doença de criança?

Teodoro: Sim é, mas pelo visto ele ainda não havia pego quando pequeno.

Álexis: Por gentileza Teô, me ligue novamente para esse rapaz e peça que ele venha assim mesmo. Sei lá, aqui a gente faz uma maquiagem, esconde o que tiver que esconder, mas ele não pode me deixar na mão desse jeito.

Teodoro: Desculpa Álexis, mas isso não é uma boa idéia. Catapora além ser uma doença perigosa, é contagiosa também. Imagina só o desastre trazer para um evento dessa grandeza uma pessoa portadora do vírus da catapora?

Álexis: (desesperada) Onde é que eu vou encontrar um modelo com o perfil do Gerard à essa altura do campeonato?

Teodoro: (pensa e solta em seguida) Olhe Álexis, penso que sei de alguém que pode substituir e muito bem esse francês.

Álexis: Pois então me faça o favor de trazê-lo aqui.

Teodoro: Deixa comigo. Você não vai se arrepender. (e sai)

Jhuan está sentado olhando revistas, quando lê uma grande matéria sobre Júlia Thebas.

Jhuan: (para Álexis) Qual é mesmo o nome da modelo que você está trazendo para o desfile Álexis?

Álexis: Júlia Thebas. Por quê?

Jhuan: Por nada, só para saber mesmo. (volta a olhar para a revista, e falando para si mesmo) Júlia Thebas, hum, muito interessante. Já vi que vou me dar bem.

Começa a tocar “Glamorous/Fergie

CENA 08 – EXT/TARDE/AEROPORTO DE MILÃO – Julieta está esperando o embarque. Ouve a chamada de seu vôo e dirige-se até o balcão. Esbarra numa outra jovem. É Lúcia. A música abaixa.

Julieta: Me desculpe.

Lúcia: Não tem problema.

Elas se olham e se reconhecem.

Lúcia: Espere, você é Júlia Thebas, não é?

Julieta: Sou sim, e você Lúcia Milk's, correto?

Lúcia: Isso mesmo. Fizemos dois trabalhos juntas.

Julieta: É verdade, agora estou me lembrando. Como você está?

Lúcia: Estou ótima. E você, indo viajar?

Julieta: Pois é, estou voltando para casa. Meu contrato por aqui terminou.

Lúcia: O meu também.

Julieta: E você, está indo para onde?

Lúcia: Para o Brasil. Tenho família e um trabalho me esperando por lá.

Julieta: Que coincidência. Pelo visto viajaremos juntas.

Lúcia: Está indo para o Brasil?

Julieta: Exatamente. Estou voltando para acertar algumas contas.

Escutam o chamado do vôo novamente e seguem para o avião.





CENA 09 – INT/TARDE/OFICINA DE MANU – Teodoro tenta convencer Manu a desfilar para a Glamour.
Manu: Mas nem pensar mano, tá louco?

Teodoro: Poxa Manu, é por uma boa causa cara. E outra, é uma boa oportunidade pra você estrear nas passarelas.

Manu: Ih mano, tá me estranhando? Nem quero mexer com essas paradas não. Meu negócio é cuidar de motor de carro. Tô muito bem assim.

Teodoro: Deixa de ser bobo cara. Todo mundo querendo uma oportunidade dessas e você que recebe uma assim de mão beijada vai recusar?

Manu: Não é isso moleque, entende. É que não tem nada a ver comigo, 'cê tá ligado.

Teodoro: Poxa Teodoro, é pra ajudar no meu trabalho cara, dá uma força vai.

Manu: Não sei brother, na moral, nem sei como me portar num desfile.

Teodoro: Relaxa que em relação à isso, eu te explico.

Manu: Sem chance Teodoro, arruma outro cara. Ou então vai você mesmo.

Teodoro: Não tenho o perfil cabeção. Você acha que se tivesse eu mesmo não iria?

Manu: Desculpa véio, mas nisso eu não vou poder te ajudar.

Boriska entra. Uma música suave começa a tocar.

Boriska: (toda meiga) Manu, aceita. Na vida é sempre bom conhecer outros caminhos, outras possibilidades. Se ela está te oferecendo algo novo, que saia da sua rotina, por que não experimentar? Não perca a chance de se reinventar não...

A música aumenta, e Manu fica reflexivo. A música abaixa.

Manu: Tá certo Boriska, você tem razão. (para Teodoro) Beleza véio, conta comigo. Eu faço essa parada pra você.

Teodoro: Brigadão mesmo Manu. (e o cumprimenta com um toque)

Anoitece.

CENA 10 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR –
A agência está cheia de convidados para o desfile de Álexis que homenageia a chegada de suas modelos internacionais. Está rolando um som “putz putz”.

Álexis: E ai Teodoro, tá tudo certo com o desfile?

Teodoro: Pode ficar sossegada porque vai dar tudo certo.

Álexis: Aê garoto, tô gostando de ver seu empenho. Olha, depois que passar toda essa bagunça, me lembre de conversarmos.

Teodoro: (sorrindo) Pode deixar.

A câmera muda para Boriska que está correndo de um canto a outro.

CENA 11 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOURGuga está sentado na platéia, quando vê Boriska passando. Vai até ela.

Guga: Posso falar com você?

Boriska: Pode ser depois? É que eu estou ajudando o Teodoro, e tá uma correria só por aqui.

Guga: É rápido o que tenho pra te dizer.

Boriska: (toda solicita) Bom, se é assim, pode dizer.

Guga: Eu sei que você é uma extra terrestre.

Boriska para por alguns segundos e o fica olhando.

Boriska: Tá, e daí que você sabe?

Guga: Como assim e daí que eu sei? Você não se sente ameaçada?

Boriska: (meiga) Por que teria? Guga, eu sei que você é do bem. Se você sabe algo ao meu respeito, tenho certeza que não me fará mal algum por conta disso. Conversamos depois sobre isso. (e o beija no rosto)

Guga fica sem entender nada e Boriska o deixa só. Intrigado, ele fica a observa-la.

CENA 12 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOURÁlexis sobe no palco e pede a atenção dos convidados.

Álexis: Boa noite a todos. Sejam bem vindos ao universo da “Glamour”. Essa noite vocês irão presenciar o resultado da confiança que nossa agência deposita em novos talentos no ramo da moda. Duas das minhas meninas saíram daqui para brilharem no mundo. Lisandra é a revelação da moda no Brasil, enquanto que Júlia Thebas vem arrasando nas passarelas por onde passa. Eu os convido a se deliciarem com o evento que começa agora com o desfile a seguir.

Todos aplaudem. Música agitada. Luzes piscando. Fumaça. Modelos começam a entrar na passarela. Atentos, o publico delira. Jhuan desfila.
No camarim, Manu está nervoso.

Manu: Ai mano, não sei não viu, mas isso não vai dar certo.

Teodoro: Relaxa Manu. Entra lá e faz o que combinamos que tá tudo certo. Você vai ver, vai ser um sucesso.

Manu olha tenso para Teodoro. Entra alguém para avisar que ele é o próximo.

Rapaz: Dois minutos pra você entrar bofe.

Manu: Bofe? Que papo é esse mano?

Teodoro: Fica frio Manu, é só um jeito dele se expressar.

Manu: Sei, sei...

CENA 13 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Manu entra na passarela. Música eletrônica. Ele está com vestimentas brancas. A câmera mostra os rostos de alguns ali presentes. Mostra Teodoro, que está sorrindo. Mostra Álexis, que está radiante. Rola um blackout em questões de segundos. A platéia grita. A luz volta. Manu está rodeado por flores. Fica sem camisa. A mulherada vai ao delírio vendo o peito desnudo e musculoso do rapaz. A câmera mostra Lurdinha fazendo gestos com a língua. Volta a mostrar Manu e em seguida, Boriska, que fica encantada. Começa a tocar “Por toda minha vida/Aline Barros”. Simultaneamente, a câmera mostra Boriska e Manu.

Boriska lembrando:

Capitão Tucker: (sorrindo) “Você um dia irá descobrir a flor que deve regar. E quando a encontrar, regue com todo sentimento que acaricie tua alma”.

Voltando a si:

Boriska: É isso. Essa é a flor que devo regar. Essa é a minha flor. (e sorri)

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CENA 14 – INT/NOITE/MANSÃO DOS ALBERTINOAnisia está diante a janela com o olhar disperso. Está se lembrando de tudo que foi dito pelo juiz.

Juiz: “... quero deixar em vida 80% de tudo que me pertence à Renato Albertino Sodré, que atualmente está sob uma outra identidade por motivos ainda desconhecidos por mim...”

Anisia: (para si mesma) Mas como é possível? Não tinha como ela ter descoberto que ele estava vivo? Fiz tudo tão bem feito que não tinha como dar errado...

Anisia fica começa a se lembrar do passado. Cenas em flash back.

CENA 15 – EXT/DIA/MANSÃO DOS ALBERTINO – Jorge, filho de Deolinda, está saindo de viagem com a esposa Raquel, que segura em seus braços o pequeno Renato, criança ainda recém nascida.

“Deolinda: Tome muito cuidado com a direção filho. Sabe o quanto morro de medo de vê-lo pegar a estrada sozinho.

Jorge: Fique tranquila mamãe, nada de grave nos acontecerá.

Deolinda: Estou com um mau pressentimento. Não deveriam ir sozinhos.

Raquel: Minha sogra, não há com o que se preocupar. O Jorge é um ótimo motorista. Fique tranquila que logo nos encontraremos na casa da praia.

Deolinda: Eu sei meu amor, mas mesmo assim fico preocupada.

Jorge: Não quer mesmo vir conosco mamãe?

Deolinda: Bem que gostaria. Mas ainda tenho que delegar algumas funções por aqui. Vão vocês e que Deus os acompanhe.

Jorge: Amém. Bom, estamos indo. Mamãe, até logo. (e a abraça)

Começa a tocar “The Journey/X-Ray Dog”. Deolinda se emociona. Jorge também.

Jorge: Eu te amo mãe.

Deolinda: Eu também meu filho. Até logo Raquel. (e a abraça)

Raquel: Até logo sogra.

Deolinda: Cuide bem dos meus dois homens, viu?

Raquel: Pode deixar que tomarei conta. (e sorri)

Deolinda: (para o neto) E você meu amor, tão pequenino e pegando a estrada. Já vi que desde de pequeno tem espirito aventureiro. Que Deus o proteja meu pequeno. (e o beija com todo carinho).

Jorge e Raquel despedem-se do restante da família. Raquel passa a mão na barriga de Anisia, que está enorme.

Raquel: É bem capaz que sua criança venha nascer nesse feriado.

Anisia: Por isso não vou com vocês. Olegário e eu ficaremos por aqui. Nossa princesa pode chegar a qualquer momento.

Raquel: Está certo. Bem, então, até logo.

E se despedem. Jorge liga o carro, e parte em seguida.

Deolinda: Estou com o coração apertado. Que sensação mais angustiante.

Wilma: (segurando uma criança de colo) Fique tranquila irmã, nada de mal acontecerá.

Olegário: Isso mesmo, minha cunhada. É só um final de semana na praia.

Wilma: Mesmo assim... Mesmo assim... Bem, é melhor irmos para a empresa de uma vez.

Olegário: Então vamos. (para Anisia) Meu bem, qualquer coisa me ligue imediatamente.

Rangel: (para Deolinda) A senhora quer que os leve até a empresa?

Deolinda: Não Rangel. Fiquei por aqui e ajude Anisia caso seja necessário.

Rangel: Sim senhora.

Anisia: Qualquer coisa eu lhe aviso meu amor. (para Olegário)

Olegário e Deolinda entram no carro e partem. Wilma entra na mansão e Anisia faz sinal ao chofer.

Rangel: Pois não madame?

Anisia: Não precisa de cerimônias agora, homem. Ninguém está nos vendo. Você fez o que lhe pedi?

Rangel: Fiz sim madame. Cortei os fios da embreagem do automóvel do seu irmão.

Anisia: Muito bem. Então vamos concluir o que começamos...

Rangel: Sim senhora. (entram no carro)

Anisia chama uma empregada para que os acompanhe.

Anisia: Elô, você venha comigo. Pode ser que precise dos seus préstimos.

Elô: Sim senhora.

Entram no carro e partem. Estão andando em alta velocidade. A câmera mostra o carro de Jorge. Mostra o interior do carro, onde a mulher está ao lado e a criança num bercinho no banco de trás. Em seguida vemos o carro que traz Anisia vindo logo atrás. Jorge está fazendo a volta numa curva. Rangel, a mando de Anisia encosta nele, e dá uma batida.

Raquel: O que esse louco está fazendo? Está querendo nos matar.

Jorge: (olhando pelo retrovisor) Mas é o Rangel... E junto de Anisia. Que brincadeira é essa. Vamos parar o carro pra ver o qual é a deles. (fica pálido)

Raquel: O que foi?

Jorge: O freio... Não está respondendo meu comando...

Um caminhão está vindo a sua frente.

Raquel: Cuidado Jorge!

Rangel acelera e ajuda a empurrar ainda mais o automóvel.

Elô: Homem, o que você está fazendo. É o carro do senhor Jorge.

Anisia: Cale-se sua estaferma. Não a chamei para dar pitacos. (para o motorista) Continue.

O caminhão buzina, Jorge perde o controle e acaba se descontrolando. Raquel joga seu casaco sobre a criança. O carro cai num penhasco.


A câmera mostra o carro de Anisia. Seus olhos estão brilhando. A empregada começa a chorar desesperada. O caminhão vai embora sem parar para prestar socorro. Anisia briga com Elô. Todos descem do carro para constatarem o acidente. Vemos um carro batido segurado por uma árvore, a um triz de se estabacar no rio. Anisia com o auxilio de Rangel, vai até eles. Rangel mexe nos corpos.

Rangel: Estão sem vida senhora, e agora?

Anisia: Vamos dar o fora daqui.

Elô assiste a cena, desacreditando de tudo.

Anisia: E você, nada de comentar sobre o que acabou de presenciar, ouviu bem? Ou então acabo com a sua raça do mesmo jeito.

Ouvem choro de criança. Anisia volta alucinada.

Anisia: Esse bebê dos infernos continua vivo??? Empurre esse carro de uma vez Rangel. Assim acabamos com tudo de vez.

Rangel: Está bem. (e vai cumprir as ordens da patroa)

Elô que assiste tudo, dá um grito.

Elô: Não! Por favor, não façam isso. Senhora Anisia, pelo amor de Deus, não faça isso com a criança. É só um inocente. Deixe que eu tome conta dela. Eu prometo não contar nada a ninguém, eu desapareço pra nunca mais voltar, eu juro. Mas polpe a vida desse anjinho.

Anisia: (seca) Está bem, para não dizer que não tenho coração. Mas nunca mais apareça na mansão. Não quero ouvir mais nada ao seu respeito tão pouco dessa criança.
Elô: Eu prometo senhora.

Anisia: Então vá, o que está esperando? Pegue esse filhote e suma.

A câmera mostra a empregada aos prantos pegando a criança.

A cena muda para a mansão no momento em que Deolinda e toda a família recebe a notícia.

Deolinda: (desesperada) Não!

Anisia volta a si.

Anisia: Espere um pouco... Se o Renato está vivo e quem ficou com ele foi aquela empregada, isso quer dizer que... (pasma) É ele! (pega a bolsa, sai sem falar com ninguém e entra no carro)

CENA 16 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Boriska está hipnotizada por Manu. Ilustre está degustando dos comes e bebes. Todos aplaudem o desfile. Teodoro vai falar com a extra terrestre.

Teodoro: O que está achando?

Boriska: Eu... Bem... Estou... Ai Teodoro, me responde uma coisa.

Teodoro: O que você quer saber?

Boriska: O que é o amor?

Teodoro: (surpreso) O amor? Ué, por que a pergunta?

Boriska: Se você sabe, por favor me responda.

Teodoro: Por acaso está gostando de alguém Boriska?

Boriska: É isso que preciso saber. Já que você namora com a Ana Flor deve conhecer bem esse sentimento.

Teodoro: Hum, como posso te explicar isso? Deixe-me ver... (senta-se ao lado dela) Há o amor... Que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porque...

Boriska: É isso! É exatamente o que sinto. Não sei de onde vem, nem como vem, mas ao mesmo tempo que faz me sentir como se tivesse borboletas no estômago, dói. Você explicou bem...

Teodoro: Não, não... Quem disse isso foi Drummond em um de seus versos.

Boriska: Drummond? Quem é Drummond?

Teodoro: Foi um grande poeta que passou por aqui... Mas depois te falo mais sobre ele... No momento, me interessa mais saber quem foi o felizardo que flechou seu coração...

Boriska olha fixamente para Manu e Teodoro deduz ser ele.

Teodoro: O Manu! Você está apaixonada pelo Manu!

Boriska: Ao que tudo indica, penso que sim.

Teodoro: Que maneiro Boriska! Ai sim hein, vocês dois formam um casal perfeito.

Boriska: Resta saber se ele pensa dessa mesma forma.

Teodoro: Você já contou a ele à respeito disso?

Boriska: Ainda não. Não tive coragem.

Teodoro: Pois então o que você tá esperando que ainda não se declarou pra ele?

Boriska: Você acha mesmo que eu deva fazer isso?

Teodoro: Mas é claro que sim. Você não o quer?

Boriska: Sim, quero.

Teodoro: Então não perca mais tempo. Penso que não podemos deixar de dizer que amamos a quem amamos.

Boriska: É, você tem razão.

Teodoro: Tenho sim. Agora vá lá e abra seu coração. Diga a ele tudo que está sentindo.

Boriska: Muito obrigada Teodoro. Estou começando a entender o motivo de termos nos conhecido.

Teodoro: Desde que a conheci, muita coisa boa tem acontecido na minha vida também Boriska. Você tem ajudado muito a me conhecer melhor.

Boriska: Que bom, pois é assim que me sinto também. (se abraçam)

Teodoro: Pois então não perca mais tempo. Vá lá agora e diga tudo o que sente a ele.

Boriska: Obrigada.

Boriska caminha lentamente até a sala onde vê Manu entrar. Olha para Teodoro, que a incentiva com a cabeça para prosseguir.

CENA 17 – INT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Boriska entra na sala. Vê Manu e vai até ele empolgada. De repente pára. A câmera foca seus olhos que ficam marejados. Música instrumental lenta começa a tocar. A câmera volta-se para Manu, que está aos beijos com Lurdinha. A câmera mostra Boriska entre lágrimas.

CENA 18 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Álexis convida a todos para saudar suas modelos. Jhuan se aproxima.

Álexis: Vamos aplaudir Lisandra e Júlia Thebas, as garotas que estão fazendo o maior sucesso.

Todos aplaudem. Lisandra entra. Jhuan fica olhando. A câmera mostra as pernas de alguém pisando na passarela. Cena em câmera lenta. Começa a tocar “Baba baby/Maria Gadu”. Aos poucos a câmera vai mostrando a garota por inteiro. Simultaneamente mostra Jhuan e Julieta. Ela passa por ele, enquanto o mesmo está sem palavras. Close nela.

Julieta: (sarcástica) Olá Jhuan!

Jhuan a olha e reconhecendo-a fica branco.

CENA 19 – EXT/NOITE/BAIRRO “BURACO DOS SEM DENTES” - Anisia está dentro do carro passando devagar por uma rua de “Buraco dos Sem Dentes”. Parece procurar por algo. Vê uma casa, para o carro, desce dele e vai até o portão, onde toca a campanhia. A porta se abre e Eloísa sai para atender. Anisia a olha admirada.

Anisia: Você?

Eloísa: (assustada) Dona Anisia?

A câmera fecha um close nos rostos das duas ao som de uma música de suspense. A tela escurece.

Voz narrada: O mistério está desfeito; Deolinda descobriu antes de morrer que seu neto estava vivo após perder o filho e a nora num acidente. O que ela nunca soube foi que sua irmã, Anisia, fora a responsável por tanta maldade. E por falar em Anisia, a megera está cada vez mais próxima do verdadeiro herdeiro da fortuna da irmã... Julieta está de volta ao Brasil e cara a cara com Jhuan. O que sairá desse encontro? Não deixe de ler o próximo e eletrizante episódio de “Barraco, Glamour e Et's

CREIA... ACREDITE... MUDE!!!


Créditos: Fotos e imagens retiradas do Site Google