sábado, 21 de novembro de 2009

6º Episódio: "As voltas que o mundo dá"

Anteriormente em “Barraco, Glamour e Et's

Teodoro: (chorando muito) Por que você fez isso? Você não podia me abandonar desse jeito. O que vai ser da minha vida agora sem você? (volta a cair no pranto)

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Boriska: Tá, tudo bem. Eu mesma disse que eles se amam e enganam a quem amam. Mas, eu nunca entendi muito bem... O que é o amor?

Capitão Tucker: O amor... A gente não explica. Não há como explica-lo. O amor a gente sente. (para Boriska) Já reparou como as flores ficam todas as vezes que você as rega?

Boriska: Parecem alegres. Ficam mais vivas.

Capitão Tucker: Pois ai está o segredo da vida. Saber regar com o que você tem de melhor.


Boriska: (ingênua) O amor é então uma regada nas flores?

Capitão Tucker: O amor é o que você deposita nelas quando as está regando. Ou seja, toda aquela sensação boa que você sente, acaba passando para elas. E ai elas ficam mais vivas e alegres. É a energia que você passa que faz a diferença.

Boriska: Hum...

Capitão Tucker: Se ao invés de pensarem coisas ruins, terem maus pensamentos, os humanos fizessem o contrário, não estaríamos prestes a entrar numa guerra. É preciso pensar no bem. Sempre. No próprio bem, como no bem coletivo. E não perder tempo com pensamentos que não vão leva-los a lugar nenhum, senão a própria destruição.

Boriska: E eu, também tenho que regar?

Capitão Tucker: (sorrindo) Você um dia irá descobrir a flor que deve regar. E quando a encontrar, regue com todo sentimento que acaricie tua alma.

Boriska: (parece não entender as palavras do pai e se volta para o telão) Tá bom!

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Olegário: (emocionado) Descanse em paz, meu amor. Eu prometo cumprir a promessa que lhe fiz. Eu juro. De onde você estiver, ficará feliz quando seu desejo em vida, for realizado. E eu já tenho novidades. Muito em breve suas irmãs receberão a noticia. Quero só ver como irão reagir... (as lágrimas percorre-lhe a face, e ele sussurra) Eu te amo Deolinda. Sempre te amei e para sempre vou te amar. Você foi a única mulher que soube cativar meu coração. A única razão por eu viver. Vou sentir muita sua falta, meu amor, mas vou viver para realizar o seu desejo. Eu prometo!
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Jhuan: Mas não, você insistiu em continuar com essas roupinhas cafonas, esse jeito jeca de se portar. Várias vezes pedi pra você ir à um cabeleireiro, uma manicura. E você? O que fazia? Não ligava. Cansei. Cheguei no meu limite. (mudando o tom) Você se deu conta de como sou cheio de estilo? Bem aparentado? As garotas, as melhores, ficam loucas comigo, e eu com você, uma caipirinha que não enxerga nada além do que esse mundinho cor-de-rosa. Sem eira nem beira. Sem visão de futuro. Bem, é isso, você pediu pra falar, eu falei. Tá falado. Pronto. (se vira e vai embora)

Julieta fica visivelmente abalada. As lágrimas agora percorre-lhe a face. A música aumenta e ela vê o namorado entrar no carro, dar a partida e ir embora. Ela ainda corre atrás do carro.

Julieta: (gritando) Jhuan, espera. Jhuan! (cai no chão, chorando) Não vai embora. Não me deixe aqui sozinha.

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Teodoro: Ás vezes me sinto um et, sabia?

Boriska: Pois eu não me sinto. Eu sou uma et.


Teodoro: (tentando consola-la) Também não é pra tanto. Você é uma garota muito simpática.

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Rodolfo: É o que estou dizendo, o testamento de Deolinda não poderá ser aberto agora.

Anisia: Como não? Que raio de história é essa agora? Já tem quase uma semana que minha querida irmã, que Deus a tenha, foi sepultada e não podemos saber o que está em seu testamento?

Rodolfo: É a lei senhora Anisia. Era vontade de sua irmã que essa norma fosse acatada.

Anisia: E quanto tempo teremos que aguardar senhor escrivão, para sabermos o que foi decidido por ela?

Rodolfo: Seis meses.


Abertura de “Barraco, Glamour e Et's” Pontes Indestrutíveis/ Charles Brown Jr."



Episódio Seis

As voltas que o mundo dá

CENA 01 EXT/DIA/PRAÇA – Ilustre aterrissa na praça, e Praxedes sentando num banco segura uma garrafa de pinga.

Praxedes: Ê laiá, tá virando festa isso aqui! 'Cês acham que podem vir pra cá a hora que quiserem?

Ilustre: E qual o problema?


Praxedes: O problema é que aqui não é casa da mãe Joana, onde vocês podem entrar e sair a hora que quiserem. Aqui tem ordem.

Ilustre: (zombando) Muita ordem. Mas enfim, sabe me dizer onde fica a casa de Teodoro?

Praxedes: Que vocês tanto querem com o garoto hein?

Ilustre: Vai me dizer onde fica a casa dele ou não?

Praxedes: (o olha desconfiado) Hum... Tem uma moeda ai pra me dar?

Ilustre: Não, não tenho. Mas tenho um liquido bem melhor que esse que você está bebendo bem aqui comigo.


Praxedes: É do bom?

Ilustre: Garanto que bem mais ardente que o seu.


Praxedes: Hum... Me dá ae!

Ilustre: Vai me dizer onde ele fica?

Praxedes: Me dá a bebida.

Ilustre faz um litro surgir. Praxedes o toma nas mãos. E parece se deliciar.

Praxedes: Boa! É logo ali na esquina virando a direita, na casa amarela.

Ilustre: Muito obrigado pela ajuda.

Praxedes: (chapado) Não há de que. Disponha. (para o céu) Orra, 'té que enfim mandou um que presta. (e volta a beber).

CENA 02 INT/DIA/BALADA – Lurdinha está numa danceteria dançando bem animada. Beija um rapaz. O deixa só e anda pelo espaço. É pega por outro. A moça é quem o agarra. Depois o empurra. Vai ficar com outro. A música da casa está alta. Lurdinha fica com vários rapazes. Uma garota a observa e fica perplexa com o modo que ela age. Junto de suas amigas se aproximam de Lurdinha, que ainda está aos beijos com um novo ficante.



Amanda: Ae garota, você não se enxerga não?

Lurdinha: (para de beijar o rapaz e a olha tranquilamente) Até demais, por que da pergunta, posso saber? (e volta a beijar o acompanhante)

Amanda: Onde já se viu, uma garota se dá o desfrute de ficar com toda essa quantidade de rapazes. Não tem vergonha não?

Lurdinha: (pede licença para o rapaz) Depois nos falamos, gostoso. (para Amanda) Oxê, e por que teria? Tenho é muito prazer se você quer saber. Saiba que vim a essa vida foi a passeio e não para perder tempo com fricotes de donzelas. Pelo que sei, tu tá me falando tudo isso é por despeito, porque nenhum rapaz sequer lhe tirou para dançar. E olhe, que saber, com todo esse azedume que tua pessoa passa, os rapazes fazem é se afugentar, vice? E se eles me procuram, fique certa de que os consolarei da melhor forma possível...


Amanda: Ora sua vaga...

Lurdinha: (tranquilamente) Nem se dê o trabalho de terminar o que ia dizer. Porque senão, além de voltar pra casa sem ter dado um pega sequer, vai voltar com a marca dos meus cinco dedos nessa sua cara de quem comeu e não gostou. Ou melhor dizendo, de comida que não quiseram provar.

Todos que presenciam a cena gritam deixando Amanda roxa de vergonha, enquanto que Lurdinha continua se esfregando nos rapazes da balada sem nem um pingo de dor na consciência.



CENA 03 EXT/DIA/PORTÃO DA CASA DE MANU – Ilustre para em frente a casa de Manu e bate palmas. Boriska sai para atender.

Boriska: (desconfiada) Pois não?

Ilustre: Não me reconhece?

Boriska: Não! (confusa) Por que, eu deveria?

Ilustre: Mas é claro! Como pode não me reconhecer?

Boriska: (mais confusa ainda) Quem é você?

Ilustre: Hum... Sou um seu amigo...

Boriska: Amigo? Amigo de onde? Eu gosto de amizades, mas não me lembro de tê-lo conhecido...

Ilustre: Ora, não me reconhece? Sou um ashukariano!

Boriska: Um ashukariano? Ai que bom! (e o abraça) Não sabe como me sinto feliz por ter alguém do mesmo lugar que eu. A saudade do meu planeta já está começando a pesar. Sem contar a falta de papai, da minha irmã.

Ilustre: Pois foi justamente seu pai quem me enviou para fazer-lhe companhia.

Boriska: Papai? (com os olhos marejados) E como ele está? A Foriska? Ai que saudade de todos!!!

Ilustre: Calma, calma... Uma pergunta de cada vez. Vou lhe contar todos os detalhes...

Boriska o convida a entrar e a câmera vai se distanciando para o alto.

CENA 04 EXT/DIA/CARRO DE ANA FLOR – Teodoro está dentro do carro de Ana Flor. Estão caminhando para a casa da mãe do rapaz.

Ana Flor: Tem certeza que é uma boa idéia conhecê-la agora?

Teodoro: Tenho sim. Tá na hora de mamãe saber que estou namorando.

Ana Flor: Bem, você é quem sabe.

Ana Flor estaciona o carro frente a casa da mulher. Ambos descem e caminham até o portão. Teodoro bate na porta. Eloísa atende.

Eloísa: Resolveu aparecer foi margarida?

Teodoro: Quero que conheça a minha namorada. Mãe essa é a Ana Flor, Ana Flor, essa é a minha mãe, Eloísa.

Eloísa: (intrigada) Ana Flor? Ana Flor de quê?

Teodoro: Mamãe!!! E desde quando isso tem importância?

Ana Flor: Deixe sua mãe Teodoro. Não esquenta dona Eloísa, me chamo Ana Flor Albertino. (e vai cumprimenta-la com um abraço)

A câmera foca o rosto de Eloísa que está pálida e tensa.

Eloísa: (em pensamento, desesperada) Ana Flor Albertino? Meu Deus, não pode ser! Esse sobrenome é o mesmo da família... E agora?

A câmera fecha um close no rosto da mulher que está chocada. A tela escurece.

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Voltamos com “Barraco, Glamour e Et's

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A cena abre ao som de “Clumsy/Fergie”. A câmera vai percorrendo pela cidade de São Paulo, mostrando pontos de movimento, intercaladas a imagens dos habitantes de “Buraco dos Sem Dentes”. E amanhece. E anoitece. As personagens são mostradas fazendo alguma coisa. Sol. Lua. Aparece um letreiro na tela com os dizeres:

Seis meses depois...”

CENA 05 INT/DIA/TRIBUNAL – Toda a família Albertino está na sala onde o juiz entra para ler o testamento de Deolinda.

Juiz: Bom dia a todos. (todos se levantam) Podem se sentar. (todos sentam) Darei início nesse momento a leitura do testamento de Deolinda Albertino Sodré. (coloca o óculos) Tenho em minhas mãos, o testamento feito pela própria, onde suas últimas vontades foram prescritas e detalhadas por ela mesma ainda em uso pleno de suas faculdades mentais.

Anisia: (cochichando para suas irmãs) Não vejo a hora de acabar de vez com tudo isso. Ao menos quando sairmos daqui, já serei uma milionária.

Olegário: Vamos aguardar.

Juiz: Algum problema senhores?

Advogado de Anisia: Não senhor meritíssimo, perdoe-nos, pode prosseguir.

Anisia: (cinica) Só estava dizendo que será um gosto acatar os últimos desejos de minha saudosa irmã.

O velho juiz os olha por debaixo das lentes do óculos e continua.

Juiz: Pois bem, lerei agora em voz alta o destino que os bens de Deolinda Albertino Sodré terão após a leitura.

Anisia está em polvorosa na cadeira.

Juiz: (lendo) Eu, Deolinda Albertino Sodré, em pleno gozo de minhas faculdades mentais, venho por meio dessa expressar meus desejos finais após minha partida.

A câmera vai mostrando os rostos da família da mulher.

Juiz: É de minha vontade de, na minha ausência, que tudo seja cumprido conforme relatarei a seguir.

Anisia: (fingindo chorar e passando um lencinho nos olhos, e falando para as irmãs) Era mesmo uma santa minha querida irmã.

Juiz: Os planos eram outros, confesso, mas após uma maravilhosa descoberta, não poderia continuar os mesmos.

Anisia levanta uma sobrancelha desconfiada.

Juiz: Minha família; irmãs, sobrinhas e cunhado, todos teriam partes iguais sobre os meus bens, mas um fato mudou tudo.

Lorena: (para Anisia) Do que ela está se referindo?

Anisia: Eu não sei, mas não estou gostando nada disso.

Juiz: Descobri a poucos dias, que meu neto não morreu como me fizeram acreditar.

Um sonoro ó é solto pelas irmãs.

Lorena: Neto?

Wilma: Não estou entendendo?

Anisia: Hã?

Olegário: Silêncio.

Juiz: Posso continuar, senhoras? (prossegue) Neto esse que para mim foi dado como morto na ocasião do acidente fatal que levou meu filho Jorge e sua esposa Raquel, minha adorada nora.

A câmera mostra o rosto de Anisia, que está pasma.

Juiz: Nunca pude dar-lhes o funeral adequado, tão pouco despedir-me como se devia. No entanto, com esse grato presente proporcionado por Deus, quero deixar em vida 80% de tudo que me pertence à Renato Albertino Sodré, que atualmente está sob uma outra identidade por motivos ainda desconhecidos por mim, inclusive a mansão onde morei minha vida inteira.

Anisia: O quê? Que brincadeira é essa? De onde ela tirou essa idéia absurda que o Renato estivesse vivo? O Renato morreu há muito tempo atrás. Todos nós o enterramos.

Juiz: Acalme-se minha senhora, ou terei que pedir que se retire da sala.

O advogado e as irmãs tentam acalma-la.

Juiz: Mas com o auxílio de Olegário Albertino, meu cunhado, e o detetive Borges, a quem contratei, saberão como identificá-lo caso eu não esteja mais presente.

Anisia: (surpresa, vira-se para Olegário) Então você já sabia de tudo, não é?

Olegário: (tranquilo) Sim.

Anisia: Quero saber agora quem ele é.

Juiz: Senhora, não pedirei novamente. Mais uma interrupção de sua parte e a tirarei da sala.
Anisia fica emburrada.

Juiz: Deixo 10% dos meus bens pra minhãs irmãs, Anisia, Wilma e Lorena, 5% para Olegário e os outros últimos 5% para minha querida sobrinha Ana Flor, que foi mais que uma filha.

Toca uma música bonita instrumental.

Ana Flor: (emocionada) Obrigada titia.

Juiz: Para terminar, desejo apenas que Renato, meu neto, saiba o quanto o amei e continuarei amando onde quer que eu esteja. Deixo uma carta destinada à ele, e espero que a mesma chegue até suas mãos. Deolinda Albertino Sodré.

Anisia: Isso é um absurdo. Ela não podia ter feito uma coisa dessa.

Juiz: Já está feito senhora. Caso encerrado.

Anisia: Não há como recorrer dessa sentença?

Juiz: Bem, nesses casos, apenas com o não aparecimento do herdeiro aqui citado.

Anisia: Como assim, senhor juiz?

Juiz: O herdeiro terá 3 meses para recorrer sua herança.

Anisia: E se isso não acontecer?

Juiz: Bem, nesse caso toda a herança ficará para a família, sendo administrada pela pessoa mais velha, que ditará como será usada.

Os olhos de Anisia brilham. O juiz se levanta.

CENA 06 – INT/DIA/ SALA DE ESPERA – Toda a família está saindo do tribunal.

Ana Flor: Nossa, quanta coisa que eu não sabia. Mãe, pai, o primo Jorge e a prima Renata morreram como?

Olegário: Num acidente de carro que nunca ficou esclarecido minha querida.

Ana Flor: Mas como assim gente? Não entendi nada. E esse neto? Quem é ele? Nunca nem soube da existência de um primo.

Anisia: O seu pai sabe quem é. Vamos Olegário, nos diga agora quem é o tal “herdeiro”?

Olegário: Muito em breve você saberá Anisia. Em pouco tempo ele estará tomando posse da mansão e das empresas de Deolinda.

Lorena: Ai, será que ele vai querer nos expulsar de lá?

Olegário: Acredito que não. Ele é um bom rapaz, saberá ser generoso com todas vocês.

Wilma: Se puxou a avó, certamente será muito generoso. Não imaginava que ela fosse deixar alguma coisa para mim.

Anisia: E desde quando 3,5% é alguma coisa?

Wilma: Para mim que nunca tive nada é sim muita coisa Anisia. E eu fico agradecida a Deolinda.

Olegário: Muito bem Wilma, assim é que se fala. Faço minha suas palavras.

Anisia: Ah, não me venham com esse despreendimento uma hora dessa.

Lorena: (zombando) Você viu Anisia, agora todas temos as mesmas porcentagens sobre tudo. Você não poderá mais pisar em nós. O mundo dá muitas voltas querida...

Anisia: (sarcástica) Exatamente, “minha querida”. E ele continua girando. (e perde seu olhar num ponto)

Ana Flor: Papai, quem é o herdeiro de tia Deolinda? Quem é esse primo que ainda não conheço?

Olegário: Peço que espere só mais alguns dias, minha filha. Muito em breve você saberá.

A câmera fecha nele.

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CENA 07 – INT/DIA/AGÊNCIA GLAMOUR – Álexis está correndo de um lado ao outro da agência. Jhuan folheia uma revista. Um evento está sendo organizado.

Álexis: (ao telefone) Sim, confirme por favor a presença de sua revista na cobertura do evento. Até logo.

Uma assistente entra e lhe comunica que faltam flores.

Álexis: Meu Deus, nessas horas sinto falta da Lisandra. Aquela maluquete me deixava louca, mas conseguia resolver essas questões como ninguém.

Teodoro entra segurando uma prancheta.

Teodoro: Álexis, temos um problema.

Álexis: O que foi dessa vez Teodoro? Não me diga que esqueci de alguma coisa importante.

Teodoro: Não Álexis, é sobre outra questão. O modelo contratado para desfilar entre as flores não poderá comparecer. Amanheceu todo empipocado. Pelo jeito está com catapora.

Álexis: Catapora? Catapora? Mas isso não é doença de criança?

Teodoro: Sim é, mas pelo visto ele ainda não havia pego quando pequeno.

Álexis: Por gentileza Teô, me ligue novamente para esse rapaz e peça que ele venha assim mesmo. Sei lá, aqui a gente faz uma maquiagem, esconde o que tiver que esconder, mas ele não pode me deixar na mão desse jeito.

Teodoro: Desculpa Álexis, mas isso não é uma boa idéia. Catapora além ser uma doença perigosa, é contagiosa também. Imagina só o desastre trazer para um evento dessa grandeza uma pessoa portadora do vírus da catapora?

Álexis: (desesperada) Onde é que eu vou encontrar um modelo com o perfil do Gerard à essa altura do campeonato?

Teodoro: (pensa e solta em seguida) Olhe Álexis, penso que sei de alguém que pode substituir e muito bem esse francês.

Álexis: Pois então me faça o favor de trazê-lo aqui.

Teodoro: Deixa comigo. Você não vai se arrepender. (e sai)

Jhuan está sentado olhando revistas, quando lê uma grande matéria sobre Júlia Thebas.

Jhuan: (para Álexis) Qual é mesmo o nome da modelo que você está trazendo para o desfile Álexis?

Álexis: Júlia Thebas. Por quê?

Jhuan: Por nada, só para saber mesmo. (volta a olhar para a revista, e falando para si mesmo) Júlia Thebas, hum, muito interessante. Já vi que vou me dar bem.

Começa a tocar “Glamorous/Fergie

CENA 08 – EXT/TARDE/AEROPORTO DE MILÃO – Julieta está esperando o embarque. Ouve a chamada de seu vôo e dirige-se até o balcão. Esbarra numa outra jovem. É Lúcia. A música abaixa.

Julieta: Me desculpe.

Lúcia: Não tem problema.

Elas se olham e se reconhecem.

Lúcia: Espere, você é Júlia Thebas, não é?

Julieta: Sou sim, e você Lúcia Milk's, correto?

Lúcia: Isso mesmo. Fizemos dois trabalhos juntas.

Julieta: É verdade, agora estou me lembrando. Como você está?

Lúcia: Estou ótima. E você, indo viajar?

Julieta: Pois é, estou voltando para casa. Meu contrato por aqui terminou.

Lúcia: O meu também.

Julieta: E você, está indo para onde?

Lúcia: Para o Brasil. Tenho família e um trabalho me esperando por lá.

Julieta: Que coincidência. Pelo visto viajaremos juntas.

Lúcia: Está indo para o Brasil?

Julieta: Exatamente. Estou voltando para acertar algumas contas.

Escutam o chamado do vôo novamente e seguem para o avião.





CENA 09 – INT/TARDE/OFICINA DE MANU – Teodoro tenta convencer Manu a desfilar para a Glamour.
Manu: Mas nem pensar mano, tá louco?

Teodoro: Poxa Manu, é por uma boa causa cara. E outra, é uma boa oportunidade pra você estrear nas passarelas.

Manu: Ih mano, tá me estranhando? Nem quero mexer com essas paradas não. Meu negócio é cuidar de motor de carro. Tô muito bem assim.

Teodoro: Deixa de ser bobo cara. Todo mundo querendo uma oportunidade dessas e você que recebe uma assim de mão beijada vai recusar?

Manu: Não é isso moleque, entende. É que não tem nada a ver comigo, 'cê tá ligado.

Teodoro: Poxa Teodoro, é pra ajudar no meu trabalho cara, dá uma força vai.

Manu: Não sei brother, na moral, nem sei como me portar num desfile.

Teodoro: Relaxa que em relação à isso, eu te explico.

Manu: Sem chance Teodoro, arruma outro cara. Ou então vai você mesmo.

Teodoro: Não tenho o perfil cabeção. Você acha que se tivesse eu mesmo não iria?

Manu: Desculpa véio, mas nisso eu não vou poder te ajudar.

Boriska entra. Uma música suave começa a tocar.

Boriska: (toda meiga) Manu, aceita. Na vida é sempre bom conhecer outros caminhos, outras possibilidades. Se ela está te oferecendo algo novo, que saia da sua rotina, por que não experimentar? Não perca a chance de se reinventar não...

A música aumenta, e Manu fica reflexivo. A música abaixa.

Manu: Tá certo Boriska, você tem razão. (para Teodoro) Beleza véio, conta comigo. Eu faço essa parada pra você.

Teodoro: Brigadão mesmo Manu. (e o cumprimenta com um toque)

Anoitece.

CENA 10 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR –
A agência está cheia de convidados para o desfile de Álexis que homenageia a chegada de suas modelos internacionais. Está rolando um som “putz putz”.

Álexis: E ai Teodoro, tá tudo certo com o desfile?

Teodoro: Pode ficar sossegada porque vai dar tudo certo.

Álexis: Aê garoto, tô gostando de ver seu empenho. Olha, depois que passar toda essa bagunça, me lembre de conversarmos.

Teodoro: (sorrindo) Pode deixar.

A câmera muda para Boriska que está correndo de um canto a outro.

CENA 11 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOURGuga está sentado na platéia, quando vê Boriska passando. Vai até ela.

Guga: Posso falar com você?

Boriska: Pode ser depois? É que eu estou ajudando o Teodoro, e tá uma correria só por aqui.

Guga: É rápido o que tenho pra te dizer.

Boriska: (toda solicita) Bom, se é assim, pode dizer.

Guga: Eu sei que você é uma extra terrestre.

Boriska para por alguns segundos e o fica olhando.

Boriska: Tá, e daí que você sabe?

Guga: Como assim e daí que eu sei? Você não se sente ameaçada?

Boriska: (meiga) Por que teria? Guga, eu sei que você é do bem. Se você sabe algo ao meu respeito, tenho certeza que não me fará mal algum por conta disso. Conversamos depois sobre isso. (e o beija no rosto)

Guga fica sem entender nada e Boriska o deixa só. Intrigado, ele fica a observa-la.

CENA 12 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOURÁlexis sobe no palco e pede a atenção dos convidados.

Álexis: Boa noite a todos. Sejam bem vindos ao universo da “Glamour”. Essa noite vocês irão presenciar o resultado da confiança que nossa agência deposita em novos talentos no ramo da moda. Duas das minhas meninas saíram daqui para brilharem no mundo. Lisandra é a revelação da moda no Brasil, enquanto que Júlia Thebas vem arrasando nas passarelas por onde passa. Eu os convido a se deliciarem com o evento que começa agora com o desfile a seguir.

Todos aplaudem. Música agitada. Luzes piscando. Fumaça. Modelos começam a entrar na passarela. Atentos, o publico delira. Jhuan desfila.
No camarim, Manu está nervoso.

Manu: Ai mano, não sei não viu, mas isso não vai dar certo.

Teodoro: Relaxa Manu. Entra lá e faz o que combinamos que tá tudo certo. Você vai ver, vai ser um sucesso.

Manu olha tenso para Teodoro. Entra alguém para avisar que ele é o próximo.

Rapaz: Dois minutos pra você entrar bofe.

Manu: Bofe? Que papo é esse mano?

Teodoro: Fica frio Manu, é só um jeito dele se expressar.

Manu: Sei, sei...

CENA 13 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Manu entra na passarela. Música eletrônica. Ele está com vestimentas brancas. A câmera mostra os rostos de alguns ali presentes. Mostra Teodoro, que está sorrindo. Mostra Álexis, que está radiante. Rola um blackout em questões de segundos. A platéia grita. A luz volta. Manu está rodeado por flores. Fica sem camisa. A mulherada vai ao delírio vendo o peito desnudo e musculoso do rapaz. A câmera mostra Lurdinha fazendo gestos com a língua. Volta a mostrar Manu e em seguida, Boriska, que fica encantada. Começa a tocar “Por toda minha vida/Aline Barros”. Simultaneamente, a câmera mostra Boriska e Manu.

Boriska lembrando:

Capitão Tucker: (sorrindo) “Você um dia irá descobrir a flor que deve regar. E quando a encontrar, regue com todo sentimento que acaricie tua alma”.

Voltando a si:

Boriska: É isso. Essa é a flor que devo regar. Essa é a minha flor. (e sorri)

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CENA 14 – INT/NOITE/MANSÃO DOS ALBERTINOAnisia está diante a janela com o olhar disperso. Está se lembrando de tudo que foi dito pelo juiz.

Juiz: “... quero deixar em vida 80% de tudo que me pertence à Renato Albertino Sodré, que atualmente está sob uma outra identidade por motivos ainda desconhecidos por mim...”

Anisia: (para si mesma) Mas como é possível? Não tinha como ela ter descoberto que ele estava vivo? Fiz tudo tão bem feito que não tinha como dar errado...

Anisia fica começa a se lembrar do passado. Cenas em flash back.

CENA 15 – EXT/DIA/MANSÃO DOS ALBERTINO – Jorge, filho de Deolinda, está saindo de viagem com a esposa Raquel, que segura em seus braços o pequeno Renato, criança ainda recém nascida.

“Deolinda: Tome muito cuidado com a direção filho. Sabe o quanto morro de medo de vê-lo pegar a estrada sozinho.

Jorge: Fique tranquila mamãe, nada de grave nos acontecerá.

Deolinda: Estou com um mau pressentimento. Não deveriam ir sozinhos.

Raquel: Minha sogra, não há com o que se preocupar. O Jorge é um ótimo motorista. Fique tranquila que logo nos encontraremos na casa da praia.

Deolinda: Eu sei meu amor, mas mesmo assim fico preocupada.

Jorge: Não quer mesmo vir conosco mamãe?

Deolinda: Bem que gostaria. Mas ainda tenho que delegar algumas funções por aqui. Vão vocês e que Deus os acompanhe.

Jorge: Amém. Bom, estamos indo. Mamãe, até logo. (e a abraça)

Começa a tocar “The Journey/X-Ray Dog”. Deolinda se emociona. Jorge também.

Jorge: Eu te amo mãe.

Deolinda: Eu também meu filho. Até logo Raquel. (e a abraça)

Raquel: Até logo sogra.

Deolinda: Cuide bem dos meus dois homens, viu?

Raquel: Pode deixar que tomarei conta. (e sorri)

Deolinda: (para o neto) E você meu amor, tão pequenino e pegando a estrada. Já vi que desde de pequeno tem espirito aventureiro. Que Deus o proteja meu pequeno. (e o beija com todo carinho).

Jorge e Raquel despedem-se do restante da família. Raquel passa a mão na barriga de Anisia, que está enorme.

Raquel: É bem capaz que sua criança venha nascer nesse feriado.

Anisia: Por isso não vou com vocês. Olegário e eu ficaremos por aqui. Nossa princesa pode chegar a qualquer momento.

Raquel: Está certo. Bem, então, até logo.

E se despedem. Jorge liga o carro, e parte em seguida.

Deolinda: Estou com o coração apertado. Que sensação mais angustiante.

Wilma: (segurando uma criança de colo) Fique tranquila irmã, nada de mal acontecerá.

Olegário: Isso mesmo, minha cunhada. É só um final de semana na praia.

Wilma: Mesmo assim... Mesmo assim... Bem, é melhor irmos para a empresa de uma vez.

Olegário: Então vamos. (para Anisia) Meu bem, qualquer coisa me ligue imediatamente.

Rangel: (para Deolinda) A senhora quer que os leve até a empresa?

Deolinda: Não Rangel. Fiquei por aqui e ajude Anisia caso seja necessário.

Rangel: Sim senhora.

Anisia: Qualquer coisa eu lhe aviso meu amor. (para Olegário)

Olegário e Deolinda entram no carro e partem. Wilma entra na mansão e Anisia faz sinal ao chofer.

Rangel: Pois não madame?

Anisia: Não precisa de cerimônias agora, homem. Ninguém está nos vendo. Você fez o que lhe pedi?

Rangel: Fiz sim madame. Cortei os fios da embreagem do automóvel do seu irmão.

Anisia: Muito bem. Então vamos concluir o que começamos...

Rangel: Sim senhora. (entram no carro)

Anisia chama uma empregada para que os acompanhe.

Anisia: Elô, você venha comigo. Pode ser que precise dos seus préstimos.

Elô: Sim senhora.

Entram no carro e partem. Estão andando em alta velocidade. A câmera mostra o carro de Jorge. Mostra o interior do carro, onde a mulher está ao lado e a criança num bercinho no banco de trás. Em seguida vemos o carro que traz Anisia vindo logo atrás. Jorge está fazendo a volta numa curva. Rangel, a mando de Anisia encosta nele, e dá uma batida.

Raquel: O que esse louco está fazendo? Está querendo nos matar.

Jorge: (olhando pelo retrovisor) Mas é o Rangel... E junto de Anisia. Que brincadeira é essa. Vamos parar o carro pra ver o qual é a deles. (fica pálido)

Raquel: O que foi?

Jorge: O freio... Não está respondendo meu comando...

Um caminhão está vindo a sua frente.

Raquel: Cuidado Jorge!

Rangel acelera e ajuda a empurrar ainda mais o automóvel.

Elô: Homem, o que você está fazendo. É o carro do senhor Jorge.

Anisia: Cale-se sua estaferma. Não a chamei para dar pitacos. (para o motorista) Continue.

O caminhão buzina, Jorge perde o controle e acaba se descontrolando. Raquel joga seu casaco sobre a criança. O carro cai num penhasco.


A câmera mostra o carro de Anisia. Seus olhos estão brilhando. A empregada começa a chorar desesperada. O caminhão vai embora sem parar para prestar socorro. Anisia briga com Elô. Todos descem do carro para constatarem o acidente. Vemos um carro batido segurado por uma árvore, a um triz de se estabacar no rio. Anisia com o auxilio de Rangel, vai até eles. Rangel mexe nos corpos.

Rangel: Estão sem vida senhora, e agora?

Anisia: Vamos dar o fora daqui.

Elô assiste a cena, desacreditando de tudo.

Anisia: E você, nada de comentar sobre o que acabou de presenciar, ouviu bem? Ou então acabo com a sua raça do mesmo jeito.

Ouvem choro de criança. Anisia volta alucinada.

Anisia: Esse bebê dos infernos continua vivo??? Empurre esse carro de uma vez Rangel. Assim acabamos com tudo de vez.

Rangel: Está bem. (e vai cumprir as ordens da patroa)

Elô que assiste tudo, dá um grito.

Elô: Não! Por favor, não façam isso. Senhora Anisia, pelo amor de Deus, não faça isso com a criança. É só um inocente. Deixe que eu tome conta dela. Eu prometo não contar nada a ninguém, eu desapareço pra nunca mais voltar, eu juro. Mas polpe a vida desse anjinho.

Anisia: (seca) Está bem, para não dizer que não tenho coração. Mas nunca mais apareça na mansão. Não quero ouvir mais nada ao seu respeito tão pouco dessa criança.
Elô: Eu prometo senhora.

Anisia: Então vá, o que está esperando? Pegue esse filhote e suma.

A câmera mostra a empregada aos prantos pegando a criança.

A cena muda para a mansão no momento em que Deolinda e toda a família recebe a notícia.

Deolinda: (desesperada) Não!

Anisia volta a si.

Anisia: Espere um pouco... Se o Renato está vivo e quem ficou com ele foi aquela empregada, isso quer dizer que... (pasma) É ele! (pega a bolsa, sai sem falar com ninguém e entra no carro)

CENA 16 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Boriska está hipnotizada por Manu. Ilustre está degustando dos comes e bebes. Todos aplaudem o desfile. Teodoro vai falar com a extra terrestre.

Teodoro: O que está achando?

Boriska: Eu... Bem... Estou... Ai Teodoro, me responde uma coisa.

Teodoro: O que você quer saber?

Boriska: O que é o amor?

Teodoro: (surpreso) O amor? Ué, por que a pergunta?

Boriska: Se você sabe, por favor me responda.

Teodoro: Por acaso está gostando de alguém Boriska?

Boriska: É isso que preciso saber. Já que você namora com a Ana Flor deve conhecer bem esse sentimento.

Teodoro: Hum, como posso te explicar isso? Deixe-me ver... (senta-se ao lado dela) Há o amor... Que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porque...

Boriska: É isso! É exatamente o que sinto. Não sei de onde vem, nem como vem, mas ao mesmo tempo que faz me sentir como se tivesse borboletas no estômago, dói. Você explicou bem...

Teodoro: Não, não... Quem disse isso foi Drummond em um de seus versos.

Boriska: Drummond? Quem é Drummond?

Teodoro: Foi um grande poeta que passou por aqui... Mas depois te falo mais sobre ele... No momento, me interessa mais saber quem foi o felizardo que flechou seu coração...

Boriska olha fixamente para Manu e Teodoro deduz ser ele.

Teodoro: O Manu! Você está apaixonada pelo Manu!

Boriska: Ao que tudo indica, penso que sim.

Teodoro: Que maneiro Boriska! Ai sim hein, vocês dois formam um casal perfeito.

Boriska: Resta saber se ele pensa dessa mesma forma.

Teodoro: Você já contou a ele à respeito disso?

Boriska: Ainda não. Não tive coragem.

Teodoro: Pois então o que você tá esperando que ainda não se declarou pra ele?

Boriska: Você acha mesmo que eu deva fazer isso?

Teodoro: Mas é claro que sim. Você não o quer?

Boriska: Sim, quero.

Teodoro: Então não perca mais tempo. Penso que não podemos deixar de dizer que amamos a quem amamos.

Boriska: É, você tem razão.

Teodoro: Tenho sim. Agora vá lá e abra seu coração. Diga a ele tudo que está sentindo.

Boriska: Muito obrigada Teodoro. Estou começando a entender o motivo de termos nos conhecido.

Teodoro: Desde que a conheci, muita coisa boa tem acontecido na minha vida também Boriska. Você tem ajudado muito a me conhecer melhor.

Boriska: Que bom, pois é assim que me sinto também. (se abraçam)

Teodoro: Pois então não perca mais tempo. Vá lá agora e diga tudo o que sente a ele.

Boriska: Obrigada.

Boriska caminha lentamente até a sala onde vê Manu entrar. Olha para Teodoro, que a incentiva com a cabeça para prosseguir.

CENA 17 – INT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Boriska entra na sala. Vê Manu e vai até ele empolgada. De repente pára. A câmera foca seus olhos que ficam marejados. Música instrumental lenta começa a tocar. A câmera volta-se para Manu, que está aos beijos com Lurdinha. A câmera mostra Boriska entre lágrimas.

CENA 18 – EXT/NOITE/AGÊNCIA GLAMOUR – Álexis convida a todos para saudar suas modelos. Jhuan se aproxima.

Álexis: Vamos aplaudir Lisandra e Júlia Thebas, as garotas que estão fazendo o maior sucesso.

Todos aplaudem. Lisandra entra. Jhuan fica olhando. A câmera mostra as pernas de alguém pisando na passarela. Cena em câmera lenta. Começa a tocar “Baba baby/Maria Gadu”. Aos poucos a câmera vai mostrando a garota por inteiro. Simultaneamente mostra Jhuan e Julieta. Ela passa por ele, enquanto o mesmo está sem palavras. Close nela.

Julieta: (sarcástica) Olá Jhuan!

Jhuan a olha e reconhecendo-a fica branco.

CENA 19 – EXT/NOITE/BAIRRO “BURACO DOS SEM DENTES” - Anisia está dentro do carro passando devagar por uma rua de “Buraco dos Sem Dentes”. Parece procurar por algo. Vê uma casa, para o carro, desce dele e vai até o portão, onde toca a campanhia. A porta se abre e Eloísa sai para atender. Anisia a olha admirada.

Anisia: Você?

Eloísa: (assustada) Dona Anisia?

A câmera fecha um close nos rostos das duas ao som de uma música de suspense. A tela escurece.

Voz narrada: O mistério está desfeito; Deolinda descobriu antes de morrer que seu neto estava vivo após perder o filho e a nora num acidente. O que ela nunca soube foi que sua irmã, Anisia, fora a responsável por tanta maldade. E por falar em Anisia, a megera está cada vez mais próxima do verdadeiro herdeiro da fortuna da irmã... Julieta está de volta ao Brasil e cara a cara com Jhuan. O que sairá desse encontro? Não deixe de ler o próximo e eletrizante episódio de “Barraco, Glamour e Et's

CREIA... ACREDITE... MUDE!!!


Créditos: Fotos e imagens retiradas do Site Google







domingo, 16 de agosto de 2009

5º Episódio: "Esfriamento Universal"


A cena abre com o último acontecimento do episódio anterior.

Teodoro: (sério) Entendo. E quanto a senhora está disposta a me pagar?

Anisia: (sorrindo) Hum, vejo que é realmente um rapaz inteligente. Se continuar assim, chegará muito longe. Tem ambição, gosto de gente assim. (abre a bolsa, retira um talão de cheque, preenche uma folha e o entrega). Aqui está. Acredito que essa seja uma boa quantia. Afinal não é todo dia que você recebe uma bolada dessa por nada, não é mesmo?

Teodoro pega o cheque nas mãos, olha atentamente para ele por alguns instantes.

Teodoro: Realmente. Não é todo dia que recebo uma dinheirama dessas por algo tão insignificante. Do jeito que sou, posso arrumar a qualquer momento a garota que quiser, não é? E com “todo” esse dinheiro nas mãos, mais ainda. A senhora tem razão.

Anisia: Assim é que se fala garoto. Então estamos combinados? (e lhe estende a mão)

A câmera foca o rosto de Teodoro que está mais sério que nunca.

Teodoro: (estendendo a mão) Estamos combinados!

A câmera mostra os dois que parecem ser velhos amigos, sorrindo e comemorando com uma taça de vinho. Aos poucos a imagem vai sumindo.

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Episódio Cinco

Esfriamento Universal

CENA 01/ EXT/NOITE – FRENTE AO BARZINHO – Anisia entra no carro e conversa com Teodoro através da janela.

Anisia: Não quer mesmo uma carona?

Teodoro: Não, obrigado. Vou tomar um táxi.

Anisia: Bem, você é quem sabe. Adeus.

Teodoro: Adeus dona Anisia.

Ela liga o carro e sai em disparada. Teodoro espera que o carro desapareça e pega seu celular. Disca.

Teodoro: Alô, Ana Flor?

Ana Flor: Teodoro? Aconteceu alguma coisa?

Teodoro: Aconteceu sim Ana Flor.

Ana Flor: Me conte, o que houve?

Teodoro: Pode me encontrar em meia hora no lugar de sempre?

Ana Flor: É tão grave assim?

Teodoro: Depende do que você vê como grave. Mas é um assunto delicado sim.

Ana Flor: Está certo. Em meia hora te encontro. Beijo.

Teodoro: Beijo. (e desliga o celular. Falando para si mesmo) É Ana Flor, chegou a hora da verdade. Se depois do que lhe disser você ainda me quiser, então mais nada vai separar a gente.

A câmera fecha no rosto do jovem e a música aumenta.

CENA 02/ INT/NOITE – CASA DE MANU – Boriska está mexendo na sala quando pega uma foto de Manu que está na estante. Começa a tocar "Agora já sei (instrumental)/Ivete Sangalo"
Boriska: Ai, ai (suspirando)... Nunca conheci alguém tão... Tão... (cai em si) Engraçado! Não consigo encontrar palavras que descrevam o que estou sentindo. Por que? (seu rosto volta a ficar enternecido) É algo tão novo... Algo que nunca senti antes... (volta a suspirar) Ai Suprema Inteligência, o que está acontecendo comigo?



A câmera focaliza Foriska que está escondida atrás da cortina observando a irmã. Começa a tocar “Requiem for a Dream”.


CENA 03/ EXT/NOITE – MANSÃO DE DEOLINDA – Anisia entra e encontra as irmãs.

Lorena: Por onde é que você andou Anisia?

Anisia: Ora Lorena, desde quando devo satisfação a respeito do faço ou deixo de fazer.

Lorena: Você não vive sozinha. Estamos numa cidade perigosa.

Anisia: (olhando com sarcasmo) Até parece que você se preocupa comigo... Mas fiquem tranquilas. (sorri e se joga no sofá) Meninas, acabo de fazer uma ótima negociata.

Wilma: Do que está falando mulher?

Anisia: Digamos que tirei uma pedra do meu caminho. Uma pedra que poderia me causar incomodo mais para frente.

Lorena e Wilma se entreolham e ficam sem entender, enquanto que Anisia apenas gargalha.

CENA 04/ INT/ ASHU-KAR – Capitão Tucker procura por Foriska e nota que ela fugiu.

Capitão Tucker: Sabia que mais cedo ou mais tarde ela tomaria uma decisão como essa. Eu não poderia impedi-la de fazer. Foriska é muito diferente da irmã. Contudo não posso permitir que ela atrapalhe a missão de Boriska.

Vai para frente do telão e visualiza a filha mais nova na Terra.

Capitão Tucker: É como eu pensava. Ela está lá. Boriska vai precisar de muita ajuda para conseguir completar sua missão. O planeta dos humanos já está a beira do caos, com Foriska emanando mais energias negativas vai ser quase impossível Boriska obter algum sucesso. (pega uma espécie de aparelho telefonico muito mais avançado e fala com alguém) Venha o mais rápido que puder. Você entrará em ação imediatamente (e desliga).

A câmera vai fechando no rosto de Capitão Tucker que está apreensivo.



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Intervalo para uma água... “Barraco, Glamour e Et's” volta já!

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Voltamos com “Barraco, Glamour e Et's

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CENA 05/ INT/NOITE – BARZINHO – Teodoro e Ana Flor estão sentados em volta a uma mesa.

Ana Flor: Me diga, o que de tão grave aconteceu para que você me quisesse ver agora?

Teodoro: Olha só Ana Flor, em primeiro lugar eu quero que saiba que eu realmente gosto de você.

Ana Flor: Está me assustando. Diga logo de uma vez Teodoro, você me traiu?

Teodoro: Está bem. Bom, sua mãe me procurou.

Ana Flor: Minha mãe? E para que?

Teodoro: Ela me ofereceu dinheiro para me afastar de você.

Ana Flor: O quê?

Teodoro: Exatamente. Me ofereceu uma quantia pra que eu me afastasse de você. Ela julga que eu não sou um bom partido para a filha dela.

Ana Flor: Eu não acredito. Dessa vez ela extrapolou todos os limites. Eu vou agora falar com ela. (e levanta-se).

Teodoro a segura.

Teodoro: Espere, isso não é tudo.

Ana Flor: Ainda tem mais?

Teodoro: Sim, eu aceitei o dinheiro.

Ana Flor o olha admirada.

Ana Flor: Como assim aceitou o dinheiro? Então quer dizer que você topou se vender para a minha mãe?

Teodoro: Claro que não né? Se eu tivesse me vendido não estaria te contando tudo isso.

Ana Flor: (não acreditando) Hum.

Teodoro: O fato é que eu to de saco cheio de ver pessoas com grana acharem que podem mandar e desmandar nos sentimentos dos outros. A principio eu até pensei em dar uma boa resposta pra ela, mas vi que isso não seria o suficiente. Ai pensei, quer saber, vou aceitar essa grana só pra ela ver que não é assim que se trata as pessoas. Tanto que no momento que ela se foi eu logo te liguei.

Ana Flor: Não sei, isso é muito estranho para mim.

Teodoro: Tô sendo sincero com você Ana Flor. Eu jamais iria querer magoa-la.

Ana Flor: Então por que aceitou o dinheiro?

Teodoro: Pelos motivos que acabei de lhe dar. Se eu tivesse apenas dado uma resposta a altura, me desculpe dizer, mas para pessoas como sua mãe não seria suficiente. Tinha que fazer algo que causasse algum tipo de impacto. Bom, e já que comecei a lhe dizer, quero que saiba tudo de uma vez.

Ana Flor: O que é dessa vez?

Teodoro: Eu não conheci a sua tia.

Ana Flor: Tia Deolinda?

Teodoro: Isso mesmo. Na verdade fui contratado para chorar no velório dela.

Ana Flor: Por quem?

Teodoro: Pelo seu pai.

Ana Flor: Meu Deus, quem são vocês? Uma mãe que paga o pretendente da filha, um pai que contrata o pretendente para chorar no velório da própria cunhada, e um pretendente que só enxerga dinheiro? Que pessoas são vocês?

Teodoro: Espera ai Ana Flor, concordo que eu peguei a grana da sua mãe, mas em relação a chorar no velório da sua tia, eu não programei nada. Sou ator, me contrataram, eu fui representar.

Ana Flor: Então você deve representar muito bem Teodoro, porque fez eu acreditar direitinho que estivesse afim de mim.

Teodoro: Mas eu tô afim Ana Flor. Se não tivesse, acha que lhe contaria tudo isso? Se a gente vai começar algum lance bacana, então que esse lance não seja baseado numa mentira.

Ana Flor: E você acha que é fácil acreditar que você não seja um interesseiro depois de tudo isso que acabou de me dizer?

Teodoro: Ana Flor, eu não sou um interesseiro. Eu tô realmente muito afim de você. Poxa, se eu tô contando tudo isso, você acha que é por que? Porque quero dar o golpe em você? Eu represento sim, mas só em cima dos palcos ou quando julgo necessário. Você não tem noção do quanto foi constrangedor para mim quando sua mãe me ofereceu o dinheiro.

Ana Flor: Dinheiro que você aceitou.

Teodoro: Aceitei e aceitaria de novo. Só que antes que você conclua qualquer maledicência ao meu respeito, fique tranquila, esse dinheiro vai ser revertido para um fim muito mais saudável do que o que sua mãe propôs.

Ana Flor: (irônica) Vai me dizer que vai doar para criancinhas carentes?

Uma música triste e suave começa a tocar.

Teodoro: É, é isso mesmo Ana Flor. Vou doar pra criancinhas carentes sim. E pelo jeito você não acreditou em nada do que eu disse não é? Tudo bem então, acredita no que você quiser. Se eu tô dizendo que eu fiz o que fiz pelos motivos que disse, você deveria acreditar em mim.

Ana Flor: Desculpa, mas não é fácil acreditar numa história como essa. Não depois de tudo isso.
Teodoro: Eu entendo. Então paramos por aqui. Se você não é capaz de compreender os motivos que acabei de lhe dar, e sem que você os tivesse pedido, então não temos mais o que conversar.
Ana Flor: É, acho que você tem razão. Paramos por aqui.

A música aumenta.

Teodoro: Foi um prazer conhece-la.

Ana Flor: Digo o mesmo.

Teodoro: Adeus.

Ana Flor: (com tristeza no olhar) Adeus.

Teodoro se levanta e sai do estabelecimento. Começa a tocar “Não vá embora/ Marisa Monte”. Ana Flor vai para o carro. Ao entrar, começa chorar. A câmera pega Teodoro caminhando pela rua, e simultaneamente mostra Ana Flor dirigindo triste.


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CENA 06/ INT/NOITE – AGÊNCIA GLAMOUR – Julieta está saindo da sala de testes.

Julieta: Estou tão nervosa.

Lisandra: Relaxa menina. Você arrasou.

Julieta: Obrigada. Você tem sido muito legal comigo desde que cheguei aqui.

Lisandra: Vou te contar um segredo fófis, aqui ou a gente se torna amigas de cara, ou então uma passa o resto da vida tentando puxar o tapeta da outra.

Julieta: (assustada) Sério?

Lisandra: (rindo) Claro que não né sua boba, foi só uma piada.

Julieta: Ah, bom. Me diz uma coisa, você está aqui a muito tempo?

Lisandra: Um ano. Vim do interior também assim como você tentar a vida de modelo por aqui.

Julieta: Vida complicada essa, não?

Lisandra: Nossa, nem me fale.

Julieta: A “Glamour” trabalha com meninas e rapazes não é?

Lisandra: É sim. Vem cá, vou te mostrar o material de uma galera que trabalha com a gente.

As duas caminham até uma prateleira onde Lisandra pega vários álbuns e vai entregando a Julieta. A garota vai olhando empolgada quando fixa seu olhar sobre uma. A câmera dá um close em seu rosto e mostra a foto. É Jhuan. Julieta está pálida. Lisandra percebe.

Lisandra: Aconteceu alguma coisa bem?

Julieta fica calada, com os olhos marejados. Lisandra pega o álbum de sua mão e nota que ela ficou assim após ver Jhuan.

Lisandra: O que foi querida, ficou apaixonada pelo bofe foi? Vamos concordar que ele é realmente um gato...

Julieta: Não... Não foi por isso não.

Lisandra: Se você quiser eu posso lhe apresentar a ele.

Julieta: (com o pensamento distante) Tá, tudo bem..

A porta da sala de Álexis se abre, e acompanhada de um outro produtor ela caminha até as garotas.

Álexis: Muito bem meninas, tenho aqui em minhas mãos o destino de vocês para esses próximos meses.

Lisandra: Então diga de uma vez por favor que já estou criando rugas.

Álexis: Sempre exagerada você, não é Lisandra?

Lisandra: Meu bem, preocupação é algo prejudicial para nós modelos.

Álexis: Está certa. Bem, vamos ao que interessa. Lisandra, você fará a campanha da Models Agency aqui no Brasil.

Lisandra: Ai que tudo! Fiquei fashion agora.

Álexis: E você Julieta, fará a campanha fora do Brasil.

Lisandra: Fofa, agora foi você quem ficou fashion, parabéns! (e vai abraça-la)

Álexis: Que foi garota, parece não ter gostado da noticia.

Julieta: Não, me desculpa. Não é isso. Gostei muito. Muito obrigada senhor. Muito obrigada Álexis. Mas, eu posso falar com você em particular?

Álexis: (olhando-a estranhamente) Está bem. Venha comigo até a minha sala. Décio, muito obrigado, fique a vontade, a agência é toda sua.

Lisandra: Eu também posso ir né?

Álexis: Acho melhor não, ela me parece querer falar em particular.

Julieta: Tudo bem, a Lisandra tem sido uma boa amiga. É até bom que ela escute o que vou dizer.

Lisandra: Xi, pelo jeito o babado é fortíssimo.

Elas caminham para a sala de Álexis.

CENA 07/ EXT/NOITE – OFICINA DE MANU – Boriska vai até a oficina e ao chegar lá encontra Lurdinha fazendo carinhos em Manu. Uma música suave começa a tocar e os olhos da extraterrestre ficam marejados. Sem que percebam, ela volta para casa. Ao entrar, se joga no sofá, e desaba a chorar. Foriska observa tudo.

Foriska: Pobre etezinha. Foi fisgada pelo humano e agora está sofrendo. (gargalha) Nem parece ser um ser evoluído. Como pode deixar ser levada por um sentimento tão ultrapassado... Amor... Eca... Fico até enojada com tanto sentimentalismo. (irônica) Estou com tanta pena da minha irmãzinha. Pobrezinha... Há há há...

CENA 08/ INT/ NOITE – AGÊNCIA GLAMOUR – Julieta conta tudo sobre ela e Jhuan.

Lisandra: Menina, to passada. Quer dizer que o bofe não passa de um mau caráter?

Álexis: Confesso que até eu fiquei sem saber o que dizer. Ele tem rendido bons trabalhos para a agência, mas se é uma pessoa sem caráter não me é interessante tê-lo aqui. Você quer que o despeça Julieta?

Julieta: (olhando fixo em uma foto dele sobre a mesa) Não Álexis. Não quero não. Eu prefiro que você faça outra coisa, se for possível.

Álexis: Diga lá, o que eu puder fazer, fique certa de farei com toda certeza.

Julieta: Vou ficar longe daqui por alguns meses, correto?

Álexis: Sim, isso mesmo.

Julieta: Pois então, eu gostaria, se possível, que ele não soubesse que estou aqui. Pelo menos não ainda.

Álexis: Olhe, quanto a isso eu posso dar um jeito... Mas como é que você fará quando seu nome explodir no mundo da moda? Sim, porque fique certa que fatalmente isso ocorrerá.

Julieta: Eu ainda não sei bem, mas começo a bolar os meus planos.

Lisandra: Gata, to fashion, e você mais ainda! Isso tá parecendo novela. To colorida.

Álexis: Pode contar comigo Julieta. Estou com você nessa.

Aumenta uma música de suspense.

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CENA 09/ INT/NOITE – MANSÃO DE DEOLINDA – Ana Flor entra em casa soltando fumaça pelas ventas. Seus pais e suas tias estão na sala.

Ana Flor: (para sua mãe) Como é que você teve coragem de fazer um papelão desse?

Anisia: (dissimulada e cínica) Do que é que você está falando garota?

Ana Flor: Vai dizer que não sabe por que estou com raiva de você?

Anisia: Por acaso não, seja mais clara.

Olegário: O que você aprontou dessa vez Anisia?

Ana Flor: Você também me deve uma explicação papai.

Olegário: O que houve filha, está muito nervosa.

Ana Flor: Ah, vocês não sabem mesmo? Muito engraçado, vocês se intrometem na minha vida sem pedirem minha permissão e depois ficam com a maior cara de vitimas como se eu tivesse aprontado.

Anisia: Filha, você está fora de si. Andou bebendo?

Ana Flor: Você sabe que não sou de beber mamãe.

Olegário: Então explique Ana Flor. Por que entrou aqui desse jeito nos acusando de algo que nem sei do que se trata?

Ana Flor: Com você eu falo daqui a pouco papai. Quero saber de você mamãe, quem te autorizou ir procurar o meu pretendente? E pior, que história é essa de oferecer dinheiro pra que ele se afaste de mim? Me explica, que absurdo todo é esse?

Anisia: Ah, então é isso? Pensei que fosse algo com mais importância.

Ana Flor: Acontece dona Anisia que isso tem e muita importância para mim. Será que ainda não percebeu que não sou mais uma criança? Deixa eu viver a minha vida em paz, do jeito que eu quiser e com quem eu quiser. É pedir demais?

Anisia: Você é muito ingênua, minha filha, acredita em qualquer um que se aproxime de você e lhe abra um sorriso. Me preocupei, só isso. Foi por isso que procurei esse garoto, para saber um pouco mais ao seu respeito, de onde era. E veja você que surpresa eu tive. (falando para os outros) Ele foi logo me pedindo dinheiro para que se afastasse de Ana Flor.

Ana Flor: (interrompendo) O Teodoro jamais faria isso.

Anisia: Ah não? Ele não te contou que aceitou o dinheiro?

Ana Flor: Sim, contou. Mas contou também o motivo por ter aceito.

Anisia: Ora minha filha, e você acreditou na história que ele inventou? Se vê o quanto é ingênua.

Ana Flor: Eu não sou ingênua. Para de me tratar como se eu fosse uma criança.

Olegário: Fique calma minha filha.

Ana Flor: E você papai, que história é essa de contratar o Teodoro para chorar no velório de tia Deolinda?

Lorena e Wilma se entreolham.

Anisia: Pagar? Para chorar no velório de Deolinda... Que história é essa Olegário?

Olegário: (constrangido) Bem... A história não é bem essa... (para Ana Flor) Filha, confie em mim eu ainda não posso dizer muita coisa, mas tenha certeza que em nenhum momento quero prejudica-la, muito menos a esse garoto. Pelo contrário, faço até gosto de que fiquem juntos.

Ana Flor: Então me conte de vez o que está acontecendo.

Anisia: Ela tem razão Olegário, conte logo de uma vez o que é que você anda escondendo.

A câmera mostra os rostos de todos ali presente e para em Olegário. Uma música de suspense aumenta.

Olegário: Eu não estou escondendo nada. E vocês me deixem. Que agora conseguiram me irritar. (e sobe para seu quarto)

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CENA 10/ NOITE/NOITE – PRAÇA – Boriska está voltando para casa cabisbaixa. Vê dois meninos brigando e vai apartar a briga. Muitas pessoas se aproximam.

Boriska: O que deu em vocês, brigar dessa forma a troco de nada?

Menino 1: Ele pegou a minha bola.

Menino 2: Mentira. A bola é minha. A mulher deu ela pra mim.

Menino 1: Foi pra mim!

Menino 2: Seu mentiroso, eu vou te mostrar o que é seu. (e parte pra cima do outro)

Boriska entra no meio e interfere.

Boriska: Param já os dois com essa picuinha. Eu não quero saber quem foi que começou, quero que parem agora!

Os populares que se aproximaram ficam olhando para ela.

Boriska: Gente, será que vocês não percebem que agindo dessa forma só estão gerando cada vez mais o distanciamento entre vocês? E acontecendo isso, todo o restante do universo acaba sendo afetado por atitudes como essa. Já devem ter ouvido dizer que o bater das asas de uma borboleta pode causar um grande estrago do outro lado do mundo, agora vocês imaginem uma atitude negativa. O planeta está passando por um período muito critico e, ou a gente toma uma atitude para ajuda-lo a se reerguer, ou então podemos dizer adeus ao Planeta Terra.

Mulher 1: Do que essa louca está falando?

Homem 1: Acho que ela quer dizer que a gente tem que ser mais solidário uns com os outros. Deixar de lado o egoísmo.

Boriska: Isso mesmo, meu bom homem. Está na hora de deixarmos o individualismo de lado e praticarmos mais a união, o cooperativismo... Sermos mais atenciosos com a dor alheia.

Guga está se aproximando e fica prestando atenção em Boriska. O mesmo acontece com Manu, que está voltando da oficina.

Boriska: Vejam o bairro onde estamos morando por exemplo. Olhem nossa praça. Percebem como estão abandonados? Isso é só um exemplo do que estamos fazendo com o planeta. Todo mundo aqui já ouviu falar do aquecimento global, não é mesmo?

Mulher 1: Claro que sim garota. Mas o que tem a ver o aquecimento global com a sujeira da nossa praça ou do nosso bairro?

Boriska: A principio nada. Mas veja quanto lixo jogado a toa por aqui. Sofás, camas... O desmatamento de nossa área verde... Isso porque estamos falando somente daqui, dessa região. Mas se considerarmos o planeta inteiro, imagine o que isso não implica na natureza. O aumento do nível dos oceanos, o crescimento e surgimento de desertos, aumento de furacões, tufões e ciclones, a onda de calor... Nosso clima está completamente desestruturado, e tudo isso tem inicio lá atrás nas atitudes dos nossos antepassados.

Menino 1: Poxa moça, tudo isso só porque eu disse que a bola é minha e não desse bobão ae?

Menino 2: Eu não sou bobão. Mas é por causa da bola que o planeta tá indo mal?

Boriska: (sorrindo) Não meninos. Se a solução dos problemas do universo estivesse numa simples disputa de bola, certamente acharíamos essa solução. (para a população) Precisamos mudar os nossos hábitos, cuidar mais do todo a nossa volta. Muito se fala sobre o “Aquecimento Global”, mas eu percebo que estamos além de tudo, praticando o “Esfriamento Universal”.

Menino 2: E o que é isso?

Boriska: O distanciamento entre a espécie humana. Todo esse calor do aquecimento global deveria ser inserido dentro dos nossos corações, onde ao invés de destruição, pudéssemos construir juntos uma civilização de amor, de bem querer ao próximo. Tudo aquilo que a gente emite de negativo, acaba voltando para nós mesmos por minimo que seja o gesto. (uma música suave começa a tocar) Eu comecei a dizer tudo isso porque vi esses dois garotinhos se pegando por uma coisa tão boba e acabei fazendo uma metáfora. (para as pessoas) Mas vocês podem pegar tudo isso que acabei de dizer e fazerem uma mudança, minima que seja, em suas atitudes. Vamos criar uma qualidade de vida melhor para nós e para os outros. E principalmente para o planeta que está gritando por socorro.

Mulher 2: É, acho que ela tem razão.

Foriska se aproxima e torce o nariz com o sucesso que a irmã obteve com seu discurso.

Mulher 1: Pode ser... Acho que não custa tentar... Já estamos vivendo ao deus dará a tanto tempo, talvez uma mudança nos nossos hábitos possa fazer alguma diferença.

Boriska: Exatamente, é isso que devem pensar. Mudanças de hábitos negativos farão milagres não só na vida de vocês, como no universo.

Homem 1: Eu quero ver essa mudança garota.

Homem 2: Eu também!

Mulher 3: E eu.

Os dois garotos se aproximam um do outro.

Menino 1: Toma, pode ficar com a bola.

Menino 2: Vamos fazer melhor, vamos continuar brincando com ela.

Menino 1: Tá bom.

E saem abraçados cantarolando.

Boriska: É isso ai pessoal, vamos tirar o peso dos nossos corações e enche-los de mais ternura, compaixão e bem ao próximo.

As pessoas a aplaudem. Guga a olha desconfiado, enquanto que Manu fica enternecido pelo olhar.


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CENA 11/ INT/DIA – CASA DE MANU – Teodoro está se arrumando. Boriska e Manu aparecem na sala.

Teodoro: Bom dia, bom dia!

Manu: Nossa, quanto ânimo! Vai sair garoto?

Teodoro: Pois é. Vou até uma agência levar meu currículo e algumas fotos lá. Tô precisando de trabalho.

Boriska: Assim é que se fala Teodoro. Vá mesmo, e que A Suprema Inteligência o acompanhe.

Teodoro: Amém.

Manu: A propósito Teodoro, sabia que ontem a noite a Boriska fez um eloquente discurso ai na praça?

Teodoro: Foi mesmo? E sobre o que você falou Boriska?

Manu: Ela falou sobre amor Teodoro. (Manu e Boriska se olham) Sobre as pessoas quererem o bem uma das outras.

Teodoro: Mas foi? Olha que bacana isso Boriska. Olhe, o povo de “Buraco dos Sem Dentes” até que precisa ouvir coisas boas viu. Parabéns pela iniciativa. (lembra-se que ela é uma extra terrestre e que está ali por conta de uma missão) Apesar que preciso te ajudar, não é?

Manu: (sem entender) Precisa ajudar, não entendi?

Boriska: (interrompe antes que Teodoro diga algo) Sabe o que é Manu, é que eu pedi pro Teô me ajudar a propagar essas boas mensagens.

Manu: Ah tá. Se precisar, conta comigo também.

Boriska: (fazendo cara de boba) Pode deixar.

Teodoro percebe um clima mas não diz nada.

Teodoro: Bem gente, eu vou indo. Me desejem coisas boas.

Manu: Já sabe o que desejo pra tu moleque. Que Deus te abençoe.

Teodoro: Valeu. (e o cumprimenta)

Boriska: Que a Suprema Inteligência guie os seus passos!

Teodoro a beija e sai.

CENA 12/ EXT/DIA – PRAÇA – Teodoro caminha até o ponto de ônibus quando Praxedes aparece gritando.

Praxedes: AS TROMBETAS DO CÉU ANUNCIAM O FIM DO MUNDO! AS TROMBETAS DO CÉU ANUNCIAM O FIM DO MUNDO!

Teodoro: Do que você tá falando Praxedes?

Praxedes: O mal está a solta. Precisa ser combalido.

Teodoro: Hã? Tô entendendo nada.

Praxedes o olha fixamente por alguns instantes. Até que seu ar volta a ficar sereno e tranquilo.

Praxedes: Me dá uma moeda garoto?

Teodoro dá e o mendigo segue seu caminho como se nada tivesse acontecido.

CENA 13/ ASHU-KAR – ESPAÇO - Capitão Tucker está olhando para seu relógio. Esta a espera de alguém, quando nota que o mesmo se aproxima.

Começa a tocar “Pluct, Plact, Zum/ Raul Seixas”. A câmera vai mostrando apenas as pernas de alguém que caminha até o capitão. Quando ele se aproxima, estende a mão e a câmera faz um close em seu rosto.

Ilustre: Capitão Tucker, soldado Ilustre se apresenta.

Capitão Tucker: Já não era sem tempo! Pensei que não viesse mais.

Ilustre: Ah capitão, o transito de marte está um inferno. Me perdoe o trocadilho, mas essa globalização interplanetária está o caos. É nave pra cá, nave pra lá, assim ninguém consegue chegar me nenhum lugar pontualmente.

Capitão Tucker: Está certo, está certo. Outra hora falamos sobre o transito de Ashu-Kar. Agora penso que o melhor é que você vá de uma vez para a Terra. Boriska precisará muito de vossa ajuda. Sem contar que está uma confusão danada no senado...

Ilustre: Pois não precisa dizer novamente capitão. Capitão mandou, Ilustre atendeu. Adeusinho.

A câmera mostra o rosto de capitão.

Capitão Tucker: Ai Suprema Inteligência, dai- me paciência, dai-me paciência.

A música aumenta e Ilustre vai passando por entre os planetas até chegar sobre a Terra.


CENA 14/ INT/DIA – AGÊNCIA GLAMOUR – Teodoro entra e Álexis é quem o atende.

Álexis: Pois não, em que posso ajuda-lo?

Teodoro: Eu vim fazer meu cadastro aqui com vocês e saber se de repente estão precisando de alguém com o meu perfil.

Álexis o mede de cima a baixo.

Álexis: Olhe garoto, desculpe-me a franqueza, mas você não está vestido adequado para trabalhar num lugar como a “Glamour”.

Teodoro: Ué, e desde quando para trabalhar com artes é necessário estar vestido formalmente?

Lisandra se aproxima.

Álexis: Queridinho, eu não disse que você precisa estar vestido formalmente, só penso que para se trabalhar no mundo da moda, e não das artes como você mesmo se referiu, você no minimo precisa estar dentro de um contexto um pouco mais fashion...

Teodoro olha para sua roupa e depois para a mulher.

Teodoro: Olha dona, a senhora que me desculpe, mas moda é uma questão de estilo. E estilo, cada um tem o seu. Eu vim procurar emprego, não uma passarela para desfilar, mas já que não é possível, muito obrigado pela atenção.

E se vira para ir embora.

Álexis: (para Lisandra) Você viu que garoto abusado?

Lisandra: Tô colorida...

Álexis: Adorei. (dá um grito) Ei garoto.

Teodoro olha para trás.

Álexis: Volta ai, vamos conversar com mais calma, Adoro gente com personalidade.

Teodoro sorri. Uma música aumenta.

CENA 15/ INT/DIA – MANSÃO DE DEOLINDA - Ana Flor está tomando café da manhã ao lado de suas tias quando seu pai aparece.

Olegário: (sério) Bom dia.

Todas respondem.

Ana Flor: E a mamãe, não vai descer para tomar café?

Olegário: Sua mãe saiu cedo. E nem adianta me perguntar porque eu não sei para onde.

Ana Flor: Que estranho. Mamãe saindo logo cedo, desse jeito.

Lorena: Ultimamente essa casa está toda envolta a mistérios. Cada um mais misterioso que o outro.

Ana Flor: Pai, desculpa por ontem. Acho que acabei extrapolando com você. Você me desculpa.

Olegário: Claro que sim filha, eu é que acabei perdendo as estribeiras. Olhe, quero muito que você saiba que jamais faria qualquer coisa que pudesse machucá-la.

Ana Flor: Eu sei disso papai. Eu te amo muito. (se abraçam)

Olegário: Filha.

Ana Flor: O que é?

Olegário: Não acabe com um relacionamento que pode sim vir dar muito certo por conta de desconfianças. O Teodoro é um bom rapaz, acredite. Prova disso é que foi sincero te contando tudo isso mesmo correndo risco de te perder.

Ana Flor: Ai pai, será?

Olegário: Certeza filha.

Ana Flor: E o que eu faço agora?

Olegário: O que está fazendo aqui ainda que não foi atrás dele pedir desculpas?

Ana Flor: Você acha mesmo?

Olegário: Ainda está aqui?

Ana Flor: É né, você tem razão. (se levanta e começa a tocar “Não se vá/Marisa Monte”) Vou fazer isso agora mesmo. (abraça o pai) Te amo paizinho. (e sobe para seu quarto).

CENA 16/ INT/DIA – GLAMOUR – Teodoro está falando com Álexis.

Álexis: Então ficamos combinados. Você nos ajudará a principio aqui na agência, até que pinte novos trabalhos na tua área.

Teodoro: Eu aceito e agradeço. Bom, eu vou indo. Amanhã estarei aqui no horário marcado.

Álexis: Esteja sim. E garoto, quanta personalidade numa pessoa só hein?

Teodoro: (sorri) Nada.

Despedem-se. Teodoro caminha até a porta e quando sai, esbarra numa jovem que está adentrando o local. É Julieta. Ficam se olhando por alguns instantes. Começa a tocar “Olha pra mim/ Mara Maravilha”. A música passa a ficar instrumental.

Teodoro: Me desculpe.

Julieta: (atrapalhada) Nada, eu é que peço desculpas.

Teodoro: Bom, eu vou indo. Até mais.

Julieta: Até mais.

Teodoro passa por ela. A música aumenta e ela fica vendo ele partir.

CENA 17/ EXT/DIA – PONTO DE ÔNIBUS “BURACO DOS SEM DENTES” - Teodoro está descendo do ônibus. Anisia o aguarda com o carro parado na esquina, e ao vê-lo, vai até ele, parando o automóvel em cima do rapaz.

Teodoro: (assustado) Ei, não olha por onde anda não?

Anisia: Agora sim, mas da próxima vez, eu passo por cima.

Teodoro: Ah, dona Anisia, a senhora.

Anisia: Sou eu sim, e você deveria era ficar surpreso.

Teodoro: (sarcástico) Tô bem surpreso. Qualé, o que a senhora quer dessa vez?

Anisia: Nós tínhamos um trato. Vim saber por que não cumpriu sua parte.

Teodoro: Sua filha não quer me ver nem pintando de ouro na frente dela, já não é o suficiente?

Anisia: Você não tinha nada que ter contado a respeito do que conversamos para Ana Flor.

Teodoro: Por que não? A senhora não queria nos ver afastado um do outro? Pois então, conseguiu. Pode dar-se por satisfeita.

Anisia: Você deveria se afastar sem dizer nada seu moleque.

Teodoro: Aê dona Anisia, com todo respeito, mas a senhora fez papel de palhaça. Achava mesmo que eu fosse me afastar da sua filha por conta de dinheiro? É subestimar demais uma pessoa, a senhora não acha?

Anisia: Mas você me garantiu se afastar dela.

Teodoro: Sim, garanti. E de certo modo, foi o que fiz. Só que a senhora se esqueceu de um detalhe, eu sou ator, e minha especialidade é representar. Ainda mais quando encontro gente ridícula como a senhora que acha que pode comprar as pessoas.

Anisia: Ora seu moleque, eu não admito que...

Teodoro: Ora sua velha, eu é que não admito que me tratem como se eu fosse um qualquer. Quer respeito, dê respeito. E aproveitando, obrigado pela grana. Me veio em ótima hora.

Anisia: Isso não ficará assim, seu favelado. Pode aguardar que isso terá volta.

Teodoro: (zombando) Estamos ai. Se quiser me dar mais uma grana por isso, vou agradecer ainda mais.

Anisia: Você me paga infeliz, você me paga. (e sai em disparada com o carro)

Teodoro: (gritando) Também te amo. (dá risada) Mulher louca. (quando se vira para continuar caminhando Ana Flor está bem diante dele) Você...


Ana Flor: Acho que dei mancada. Será que pedir desculpas apaga alguma coisa?

Teodoro: Por que você não tenta?

Ana Flor: Desculpa?

Teodoro a olha, sorri, e a abraça. Os dois se beijam. A tela escurece.

Voz Narrada: Ana Flor percebeu que Teodoro é do bem, enquanto que Anisia não suporta nem ouvir falar seu nome... O que essa despeitada mulher será capaz de fazer contra o rapaz? E o cerco em torno do mistério guardado por Olegário está prestes a ser revelado... Comece a fazer suas apostas, e não perca o próximo episódio, que está recheado de novidades e de novos personagens... “Barraco, Glamour e Et's



CREIA... ACREDITE... MUDE!!!